Contudo, o executivo regional já rejeitou que tenha havido qualquer "negociação".
"Através da negociação que foi possível concretizar com o Governo Regional, através dos senhores deputados Artur Lima (CDS/PP) e André Bradford (PS), chegou-se a um acordo em que o Governo garante o fornecimento de refeições escolares, na Escola Mouzinho da Silveira, da ilha do Corvo a partir do próximo ano letivo", disse Paulo Estêvão à agência Lusa.
O deputado do Partido Popular Monárquico (PPM) na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA) diz que esse "fornecimento de refeições" será feito "pela Santa Casa da Misericórdia da ilha do Corvo ou de outro meio adequado, com exceção da construção de uma cozinha na escola, que é a única ressalva que o governo quis colocar".
"Para mim, desde o início o objetivo é que fossem asseguradas as refeições escolares aos alunos, professores e a toda a comunidade escolar e isso está garantido e, portanto, a partir deste momento está concretizada a ação que segui desde o início e acabar com essa discriminação", sublinhou.
Paulo Estêvão recorda que o protocolo assinado "há dois anos" entre o Governo Regional e a Santa Casa da Misericórdia da ilha do Corvo com vista ao fornecimento de refeições "não tinha pernas para andar" porque havia "um desacordo total em relação ao preço", que era o dobro do que constava na lei, além de considerar "ser meramente simbólico".
"Para o ano, e pela primeira vez depois de vinte anos de existência da escola, os alunos do Corvo terão refeições escolares à hora do almoço durante toda a semana", disse.
O Governo Regional dos Açores emitiu, entretanto, um comunicado para "tornar claro" que "não houve, nem há, nem diretamente nem por interpostas pessoas, qualquer negociação concluída ou em curso" com o deputado Paulo Estêvão.
Segundo a mesma nota, as soluções que existem para o fornecimento das refeições escolares na ilha do Corvo são "as que já existiam antes de o senhor deputado Paulo Estêvão ter enveredado pela forma de protesto que escolheu".
"O protocolo assinado com a Santa Casa da Misericórdia do Corvo, datado de 17 de abril do ano passado, e que prevê que a Santa Casa da Misericórdia concorra ao fornecimento de refeições e que, nos termos da lei, deve ser lançado pela Escola”, lê-se no comunicado.
Paulo Estêvão vai ser "observado" ainda hoje por um médico tendo pela frente "um período de recuperação" com uma alimentação de forma progressiva, mas espera estar de regresso "ao trabalho parlamentar" a partir da próxima segunda-feira.
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