Liderado por uma equipa norte-americana, o estudo indica que a nova espécie, denominada 'Daspletosaurus horneri' evoluiu diretamente de um seu parente geologicamente mais velho, uma forma de evolução rara chamada anagénese e que consiste em uma espécie se transformar gradualmente numa nova (através de grande número de mutações).
A equipa, que tem especialistas na evolução e crescimento do 'Tyranossaurus Rex' e dos seus parentes mais próximos da família dos tiranossauros, trabalhou com fosseis bem preservados (um crânio e um esqueleto de um jovem adulto e outro conjunto igual de um adulto, e ainda um maxilar inferior e ossos isolados de espécies jovens).
Os cientistas compararam os crânios do tiranossauro com os répteis da ordem crocodilia (ordem de grandes repteis que surgiram há mais de 80 milhões de anos e da qual fazem parte os crocodilos e jacarés), aves e mamíferos, e socorreram-se de anteriores investigações que combinaram textura com diferentes tipos de cobertura de pele.
“Muita da nossa pesquisa foi além da paleontologia de campo, foi gerada a partir da anatomia comparada laboratorialmente”, como a dissecação de aves, a comparação de nervos faciais e artérias, e fomos capazes de reconstruir a nova espécie, disse Jay Sedlmayr, universitário de Nova Orleães.
Segundo o especialista, as pesquisas mostraram que é o nervo trigémeo (um dos nervos cranianos, que controla por exemplo a mastigação) a ter “uma história evolucionária extraordinária” ao desenvolver-se em seis sentidos diferentes em outros tantos vertebrados.
Para deteção de campos magnéticos, nas aves, orientação dos golfinhos, deteção de infravermelhos nas víboras, auxiliar de movimento dos mamíferos através dos bigodes, deteção de movimentos na água por parte dos jacarés, ou transformando a tromba do elefante numa “mão” sensível, exemplificou o responsável.
O 'Daspletosaurus horneri' terá vivido na zona que é hoje Montana, Estados Unidos, há cerca de 75 milhões de anos, com um comprimento de corpo aproximado de nove metros, focinho largo e pequenos cornos orbitais. Um corno grande atrás do olho elevava-se além dos lados da cabeça.
Ainda de acordo com o estudo alimentava-se de outros dinossauros e foi a última espécie a ter evoluído no oeste americano.
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