A celebrar os 17 anos da Unidade Especial de Polícia (UEP), a PSP explica que esta unidade de reserva é "especialmente vocacionada para operações de manutenção e restabelecimento da ordem pública, resolução e gestão de incidentes críticos, intervenção tática em situações de violência concertada e de elevada perigosidade, complexidade e risco, segurança a instalações sensíveis e a grandes eventos, segurança pessoal dos membros dos órgãos de soberania e de altas entidades, inativação de explosivos e segurança em subsolo e aprontamento e projeção de polícias para missões internacionais".

Em média, a UEP tem cerca de 3000 missões anuais e "compreende cinco subunidades operacionais e possui forças destacadas nos Comandos Regionais dos Açores e Madeira, no Comando Metropolitano do Porto e no Comando Distrital de Faro".

"Ao longo do ano de 2024, um total de 3.680 ações e missões de apoio operacional, prestadas aos Comandos Regionais, Metropolitanos e Distritais da PSP, bem como a outras forças e serviços de segurança", diz a PSP em comunicado.

"Destas operações, mais de 1600 estiveram relacionadas com o policiamento de ordem pública, segurança a instalações estratégicas, como embaixadas, tribunais e aeroportos, patrulhamento, apoio a operações de grande escala e fiscalização, policiamento desportivo e reforço da segurança em eventos sociais", é ainda explicado.

Além disso, os efetivos da UEP desempenharam também "um papel fundamental em mais de 1.500 ocorrências relacionadas com buscas e interceção de suspeitos violentos, realizadas sob mandado judicial ou medidas de segurança".

Internacionalmente, "a UEP manteve a sua participação ativa em sete missões da FRONTEX ao longo dos últimos três anos, destacando-se em operações em Espanha, Grécia e Polónia. Além do envolvimento direto no terreno, a unidade continuou a colaborar na implementação do programa de formação da agência europeia, disponibilizando formadores e peritos em diversas áreas da atuação policial".

Quais são as subunidades operacionais da UEP?

Corpo de Intervenção (CI)

A PSP começou por ter, em 1960, unidades "dedicadas à manutenção e/ou reposição da ordem pública", com a criação da Companhia Móvel, para "corresponder à necessidade urgente de mobilizar efetivos policiais para as ex-colónias portuguesas no ultramar, modelo que se manteve até 1974. Já nessa altura incorporava binómios cinotécnicos treinados para funções de ordem pública".

"O CI, como hoje o conhecemos, resulta da evolução histórica desse formato. O primeiro curso de especialização decorreu em 1976 e, no dia 5 de abril de 1977, o Corpo de Intervenção é formalmente criado mediante diploma próprio", explica a PSP em comunicado.

Grupo de Operações Especiais (GOE)

É com a II Guerra Mundial que surge o termo 'operações especiais' , associado à vertente militar. "Constituem marcos históricos para esta nova realidade para as forças policiais, a nível europeu, os atentados terroristas durante os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, e a nível nacional, a criação do Grupo de Operações Especiais da PSP, que ganhou força jurídica com a publicação do Decreto-Lei n.º 509/79, de 24 de dezembro, passando a ter consagração legal".

Segundo a PSP, "a apresentação oficial desta subunidade dá-se em janeiro de 1983 e, até hoje, o GOE mantém a sua génese marcadamente contraterrorista. No entanto, à semelhança do que aconteceu com as suas congéneres europeias, expandiu o seu âmbito de atuação, assumindo-se como uma unidade de operações especiais de polícia, vocacionada, de igual modo, para o combate à criminalidade violenta".

Corpo de Segurança Pessoal (CSP)

"O Corpo de Segurança Pessoal é a unidade responsável pela Segurança Pessoal de Altas Entidades, portuguesas e estrangeiras (quer em permanência no nosso país, quer em visita), bem como pela Proteção Policial de testemunhas de processos judiciais ou de cidadãos sujeitos a ameaça relevante, sendo esta uma competência exclusiva da PSP", adianta esta força policial.

"Inicialmente pertencia ao Comando de Lisboa, tendo sido autonomizado como Corpo de Segurança Pessoal em 1994, passando assim a constituir uma das subunidades operacionais da UEP", lê-se ainda.

Centro de Inativação de Explosivos e Segurança em Subsolo (CIEXSS)

As primeiras equipas de inativação de explosivos, denominadas de Brigadas de Minas e Armadilhas (BMA), foram criadas em 1961. O nome foi "decalcado das equipas do Exército, onde os pioneiros da PSP nesta área receberam a sua formação".

De acordo com a PSP, "o curso de Segurança em Subsolo realizou-se em 1998 e, em janeiro de 2000, foi criado o Centro de Inativação de Explosivos e Segurança em Subsolo. A partir de setembro de 2001 foi consolidada a valência Nuclear, Radiológica, Biológica e Química, associada aos Explosivos (NRBQ-E)".

Grupo Operacional Cinotécnico (GOC)

"A vertente cinotécnica na PSP remonta aos anos trinta do século XX, tendo-se inspirado inicialmente nas escolas alemã e italiana. Em 1939 surge o primeiro canil conhecido em Portugal para albergar especificamente cães para apoio à atividade policial e, em 1954, elementos provenientes dos Comandos de Lisboa e Porto passam a integrar o Pelotão Cinotécnico da Polícia do Estado da Índia", diz a PSP.

Depois, já em dezembro de 2000, "foi aprovado, por despacho do Diretor Nacional da PSP, o efetivo cinotécnico nacional e o Pelotão Cinotécnico passou a designar-se pela atual denominação. O GOC, como Unidade no seio da PSP, é criado em 3 de abril de 2002, ficando na dependência do Corpo de Intervenção. Em 31 agosto de 2007, com a implementação da nova Lei Orgânica da PSP e a criação da UEP, o GOC adquiriu autonomia, passando a integrar uma das cinco subunidades desta nova estrutura da Polícia".

A atividade cinotécnica tem sido usada em "complementaridade com outras especialidades ou situações: Ordem Pública e Intervenção Tática, Deteção de Armas e Estupefacientes, Deteção de Explosivos e Busca e Salvamento".