Segundo a polícia israelita, 27 agentes ficaram feridos nos confrontos e pelo menos três manifestantes foram baleados pela polícia com balas reais.

As autoridades justificaram a sua atuação alegando que houve “um perigo real para as suas vidas”.

A polícia israelita, com equipamento anti-motim e montada a cavalo, tentou encurralar os manifestantes, que romperam barricadas e atiraram pedras da calçada e outros objetos contra a polícia.

Protestos violentos como este têm-se repetido em todo o mundo numa altura em que a Eritreia, um dos países mais repressivos do mundo, assinala os seus 30 anos de independência com festivais organizados pela diáspora eritreia na Europa e na América do Norte.

No início deste ano, a Eritreia apelidou de “escumalha de asilo” os manifestantes anti-governamentais que protestavam contra estes eventos.

Os eritreus constituem a maioria dos mais de 30 mil requerentes de asilo africanos em Israel. Alegam que fugiram do perigo e da perseguição de um país conhecido como a “Coreia do Norte de África”, com o recrutamento militar forçado durante toda a vida em condições de escravatura.

O Presidente Isaias Afwerki, 77 anos, dirige a Eritreia desde 1993, tendo assumido o poder após o país ter conquistado a independência da Etiópia numa longa guerra de guerrilha.

Não houve eleições, os meios de comunicação social não são livres e são exigidos vistos de saída. Muitos jovens são obrigados a cumprir o serviço militar sem data de conclusão, de acordo com denúncias de grupos de defesa dos Direitos Humanos e peritos das Nações Unidas.

Esta nação no Corno de África tem um dos piores registos de Direitos Humanos do mundo e os requerentes de asilo temem a morte se regressarem.