Numa cerimónia no Jardim da Paz, na sede da ONU em Nova Iorque, Guterres advogou que a paz “é o trabalho mais fundamental” que a humanidade tem e sublinhou que não é apenas uma responsabilidade dos Governos ou dos chefes de Estado, mas sim um trabalho “que pertence a cada um de nós”.
“Enquanto nos reunimos hoje, a paz está sob ataque em comunidades, países e regiões. A paz também está sob ataque nos corações e mentes das pessoas pelas forças obscuras da desinformação e do discurso de ódio. Gota a gota, o veneno da guerra está a infetar o nosso mundo, colocando milhões na linha de fogo, corroendo os direitos humanos e a segurança e o bem-estar de todas as pessoas”, disse.
Reforçando que cabe a cada cidadão fazer a sua parte para mudar esta situação e “cultivar as sementes da esperança”, o ex-primeiro-ministro português apelou à solidariedade global e à ação coletiva, mas também ao “compromisso” e à “confiança mútua”.
“Impulsionar a paz significa concentrarmo-nos na prevenção, no diálogo e na mediação para sanar divisões, neutralizar conflitos e garantir que cada comunidade tenha interesse num futuro partilhado. Significa mobilizarmo-nos em torno das ferramentas que apoiam a confiança e a solidariedade globais — incluindo a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Carta das Nações Unidas”, apontou.
“Pressionar pela paz significa abordar a discriminação e o racismo, significa resgatar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e expandir as oportunidades para mulheres e raparigas. Significa acelerar a nossa batalha contra as alterações climáticas, acabar com a nossa dependência dos combustíveis fósseis e investir em energias renováveis. Significa dar mais relevo aos factos e a ciência sobre as mentiras e o ódio. Significa apoiar ativistas, jovens e velhos, nos seus apelos por progresso”, acrescentou.
Entre os desafios comuns que a humanidade enfrenta, o líder das Nações Unidas assinalou a pobreza, fome, discriminação e desigualdade, mas também desafios causados pelos rápidos avanços tecnológicos — incluindo a inteligência artificial —, assim como as alterações climáticas, a poluição e a perda de biodiversidade.
“Agora, mais do que nunca, precisamos de solidariedade global, ação coletiva, compromisso e confiança mútua. Vamos todos comprometer-nos a fazer parte deste esforço pela paz”, disse Guterres, antes de tocar o Sino da Paz nos jardins da ONU.
O secretário-geral convocou ainda um breve momento de silêncio para que os presentes na cerimónia pudessem refletir sobre o significado e a necessidade de paz.
Todos os anos, o Dia Internacional da Paz é comemorado em 21 de setembro a nível global. A Assembleia-Geral da ONU dedicou este dia ao fortalecimento dos ideais de paz, tanto dentro como entre todas as nações e povos do mundo.
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