Para assinalar o dia, este ano sob o lema “Florestas e inovação: novas soluções para um mundo melhor”, o Instituo da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) está desde segunda-feira a promover ou a associar-se a ações, nomeadamente de plantação de árvores, envolvendo escolas.
As iniciativas prolongam-se até à próxima semana e incluem ações de sensibilização em escolas e plantações de árvores, em locais que vão de Montalegre e Bragança a Freixo de Espada à Cinta, Torres Novas, Azambuja ou Almada, entre muitos outros.
A propósito da efeméride e do lema para este ano, a ONU diz que a batalha contra a desflorestação exige novos avanços tecnológicos, acrescentando: “Com 10 milhões de hectares perdidos anualmente devido à desflorestação, e cerca de 70 milhões de hectares afetados por incêndios, estas inovações são essenciais para sistemas de alerta precoce, para a produção sustentável de produtos de base, e para a capacitação dos povos indígenas através da cartografia das terras e do acesso ao financiamento climático”.
Além disso, dizem ainda as Nações Unidas, a recuperação de ecossistemas, incluindo a reflorestação, pode contribuir significativamente para a atenuação das alterações climáticas e melhorar a segurança alimentar.
Ainda que tenha havido um abrandamento das taxas de desflorestação, diz a ONU que mais de 420 milhões de hectares de floresta desapareceram desde 1990.
E diz ainda que o setor florestal emprega mais de 33 milhões de pessoas, que as florestas abrigam 80% de todas as espécies de anfíbios, que armazenam mais de metade das reservas globais de carbono no solo e na vegetação, e que em cada ano a área desflorestada é equivalente a 14 milhões de campos de futebol.
As alterações no uso da terra, uma delas a desflorestação, são responsáveis por mais de 30% das novas doenças, desde 1960, alerta ainda a organização.
Na sua página na internet o ICNF, a propósito do tema para este ano (florestas e inovação), diz que abordagens inovadoras podem contribuir com um terço da mitigação climática total necessária para limitar o aquecimento abaixo de 2°C até 2030, aumentando simultaneamente a segurança alimentar e os meios de subsistência.
“Da construção à medicina, as inovações nos produtos de base florestal estão a ajudar a criar alternativas aos materiais insustentáveis, como o betão, o aço, os plásticos e as fibras sintéticas, considerando que os produtos de madeira sustentáveis armazenam carbono durante toda a sua vida”, salienta também o ICNF.
A propósito da efeméride, a associação ambientalista Zero, em comunicado, alerta que não se pode colocar em causa a estabilidade das políticas públicas, numa área de governação que precisa de um consenso alargado a longo prazo.
A associação considera essencial que as florestas fiquem na área do Ambiente, e pede ao próximo primeiro-ministro “que mantenha a importância política da floresta, com a tutela direta do Sistema de Gestão Integrada dos Fogos Rurais, uma forte articulação interministerial e que mantenha a tutela das florestas na esfera do membro do Governo que ficará com a tutela do Ambiente”.
A Zero diz que se a tutela das florestas voltar ao Ministério da Agricultura é “um enorme retrocesso na evolução das políticas públicas nesta área”, com a possibilidade de haver, afirma, uma “redução drástica das verbas públicas para investimento”, e haver verbas para o setor que são desviadas depois para áreas com mais influência.
“Sem o financiamento do Fundo Ambiental, também a remuneração de serviços de ecossistemas pode estar em causa e será mais difícil diversificar a floresta, alicerçando investimento em espécies autóctone”, diz ainda a Zero.
A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou em 2012 o dia 21 de março como o Dia Internacional das Florestas, para sensibilizar para a importância de todos os tipos de florestas. Os países são encorajados a empreender esforços para organizar atividades que envolvam florestas e árvores, como campanhas de plantação de árvores.
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