A três dias do fim da campanha para as legislativas antecipadas de domingo, o secretário-geral do PS defendeu de manhã em Fafe (Braga) a necessidade de haver “condições de diálogo” após as eleições que garantam estabilidade e cumpram “aspirações fundamentais” da sociedade, como o aumento extraordinário das pensões.

Por outro lado, António Costa considerou que o PS é o único “que garante condições de governabilidade” sem a extrema-direita, depois de na terça-feira ter dito que o seu partido era “o inimigo principal do Chega”.

Esta afirmação foi contestada por Rui Rio, à tarde, em Leiria: “O PS não é o inimigo do Chega. Quantos mais votos houver no Chega mais facilmente o doutor António Costa continua como primeiro-ministro, portanto, o doutor António Costa é um dos interessados em que o Chega tenha uma grande votação, isto é absolutamente evidente".

Questionado sobre estas declarações, o presidente do Chega, André Ventura, contrapôs, em Vila Real de Santo António (Faro), que um voto no PSD “é um voto em António Costa”, depois de na terça-feira ter dito que era necessário criar pontes à direita.

Além das referências ao Chega, o presidente do PSD voltou hoje a queixar-se de que o PS e o seu secretário-geral, António Costa, têm estado sistematicamente a "denegrir e deturpar" as propostas do PSD e deixou uma comparação em jeito de alerta.

"Eu lembro-me das eleições de 1980, eu ainda era jovem, e o PS, que liderava uma coligação que era a FRS, seguiu justamente esse caminho: difamação atrás de difamação atrás de difamação, na altura do PSD e da AD lideradas pelo doutor Sá Carneiro. Bom, levaram uma banhada", referiu.

À tarde, durante a tradicional 'arruada' na Rua de Santa Catarina, no Porto, Costa deixou um conselho a Rio: “Eu acho que todos os políticos têm naturalmente direito às ambições que têm, mas devem ter a humildade de aguardar que os portugueses tomem a decisão, porque verdadeiramente só os portugueses é que conhecem o resultados destas eleições, porque só os portugueses é que sabem como é que vão votar no próximo domingo”.

Já a coordenadora do BE, Catarina Martins, centrou críticas no PSD - que acusou de “querer nivelar por baixo os salários” e de esconder o programa por saber que não há uma maioria popular que o apoie - mas também no PS.

“Porque é verdade que o PS não tem clareza e, portanto, será nas urnas, com o voto do povo, que haverá essa clareza e o voto no BE será o voto que garante um contrato à esquerda pelo país”, apelou.

Na caravana da CDU, o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, voltou à campanha - depois de quase duas semanas afastado devido a uma intervenção cirúrgica - e afirmou que António Costa “caiu um pouco na realidade” e percebeu que o objetivo da maioria absoluta “estava longínquo”.

“Cabe-nos agora a nós mostrar a inutilidade desse objetivo [a maioria absoluta]”, completou o secretário-geral do PCP.

Em dia do segundo aniversário como líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos aproveitou para anunciar em Vila Nova de Gaia (Porto) que será recandidato à liderança do partido e mostrou-se convicto de que vai vencer o próximo congresso e que os centristas vão ter “um bom resultado” no domingo.

O presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, referiu-se a uma das polémicas do dia, a divulgação por parte de António Costa de que a economia portuguesa cresceu 4,6%, dizendo esperar que não haja fontes dentro do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) a “alimentar” o PS.

“Espero bem que o INE mantenha aquilo que tem sido uma qualidade técnica e uma independência que tem servido bem os interesses dos portugueses ao longo dos anos”, afirmou, depois de o secretário-geral do PS já ter assegurado que não teve qualquer informação por parte do INE a este respeito.

Pelo segundo dia consecutivo, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, recusou associar o partido a ideias fundamentalistas, por defender a abolição das touradas, e propôs a atribuição de apoios para a reconversão das atividades ligadas ao setor.

Já o dirigente e fundador do Livre Rui Tavares mostrou-se confiante na eleição de um grupo parlamentar no domingo, advogando que um voto no partido é “ele próprio um voto útil”.

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