
O relatório divulgado hoje pelo Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do programa da União Europeia Copernicus (C3S) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) indica que quase metade da Europa registou temperaturas recordes anuais em 2024, e que em 60% do continente houve mais dias do que a média com “stress térmico forte” devido ao calor.
Os dados mostram também que a Europa Ocidental teve um dos dez anos mais chuvosos desde 1950 e que o continente sofreu mais inundações desde 2013. Quase um terço registou grandes cheias que ultrapassaram pelo menos o leito de inundação, tendo as tempestades e inundações causado no mínimo 335 mortes e afetado cerca de 413.000 pessoas.
"Estas novas descobertas são chocantes; as únicas partes da Europa que não estão a ser cozidas estão a ser levadas pelas inundações”, diz Thomas Gelin, ativista da Greenpeace para as questões climáticas da União Europeia (UE), num comunicado da organização.
“A vida, os meios de subsistência e as casas das pessoas estão em risco, mas os políticos europeus ainda não responsabilizaram as empresas de combustíveis fósseis nem impediram a expansão dos seus negócios sujos. A UE deve atualizar urgentemente as suas metas climáticas para que reflitam a realidade científica e pôr fim a novos projetos de combustíveis fósseis como primeiro passo para uma eliminação gradual completa”, acrescenta.
A queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural, carvão mineral) é uma das principais causas das alterações climáticas devido à atividade humana. Ma também os fenómenos climáticos extremos apresentam prejuízos estimados em 18,2 mil milhões de euros em 2024.
"As empresas de petróleo e gás estão, uma após a outra, a desistir de qualquer pretensão de ação climática e a redobrar os seus lucros com esta destruição – os governos e a UE têm de as fazer pagar pelos danos”, salienta o ativista.
Por outro lado, o relatório indica que desde 2019, o número dos países da UE onde as energias renováveis geram mais eletricidade do que os combustíveis fósseis quase duplicou. No passado, estas energias produziram um recorde de 45% da eletricidade na Europa, depois dos 43% atingidos em 2023.
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