No II Fórum dos Gabinetes de Apoio aos Emigrantes e ao Investimento da Diáspora, a decorrer hoje em Mangualde, distrito de Viseu, o governante apresentou “resultados muito interessantes” do Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID), criado em agosto de 2020.
“Já atribuímos mais de 260 estatutos de investidor da diáspora. Apoiámos mais de 130 projetos, que correspondem a um potencial superior a 153 milhões de euros de investimento em Portugal, sobretudo no interior do país”, destacou.
Neste sentido, disse que o Governo tem “sabido, até ao momento, criar um ambiente propício ao investimento da diáspora em Portugal” com “mecanismos e iniciativas que auxiliam as pessoas a regressarem e a investir”.
O vínculo das comunidades portuguesas ao país, defendeu o governante, “é crucial para a expansão da língua, da cultura e também para o desenvolvimento económico e empresarial e a afirmação de Portugal num contexto internacional”.
“A nossa diáspora, que é tão especial, é um ativo preponderante, diria mesmo que é um ativo decisivo. Muitas vezes tendemos a não valorizar ou a não dar a devida importância para o futuro do país, que depende muito da nossa diáspora”, apontou.
Isto, porque, “pode dar um contributo essencial para questões como a economia, a demografia ou mesmo a amplitude do país neste mundo globalizado” e, por isso, “a diáspora portuguesa é decisiva e importa valorizar e potenciar”.
Atualmente, contabilizou, há “cinco milhões de portugueses e lusodescendentes e isto é, definitivamente, uma grande força” e também, numa dimensão “menos tangível, mas tão ou mais importante” são “os laços afetivos” a Portugal.
“Para os portugueses lusodescendentes a viver no estrangeiro investir em Portugal é uma forma de manter e reforçar os laços com o país de origem e, enquanto reforçam os laços também contribuem para o seu crescimento económico”, disse.
Neste sentido, defendeu que “o foco” deve ser nesta “relação de reciprocidade de dar e receber” e, por isso, o Governo “está empenhado em aprofundar esta reciprocidade e em valorizar e potenciar este tremendo valor estratégico com políticas públicas”.
Políticas em áreas como cidadania, inclusão, igualdade, educação, cultura, língua portuguesa, ciência e tecnológica, modernização administrativa, digitalização, empreendedorismo e inovação, “onde a diáspora é marcante e faz a diferença”.
Paulo Cafôfo sublinhou ainda o “reforço de mecanismos de apoio ao Investidor da Diáspora” juntamente com outras entidades, do poder local ou associativas, e destacou o aumento do número de gabinetes de apoio.
“Criámos a Rede de Apoio ao Investidor da Diáspora envolvendo mais de 300 entidades: 248 municípios, 20 comunidades intermunicipais/áreas metropolitanas, seis agências de investimento e 37 associações. Hoje temos 202 Gabinetes de Apoio aos Emigrantes, quando, em 2015, tínhamos 101”, enalteceu.
Ou seja, há uma cobertura nos municípios do território nacional de “73% e, no norte, chega aos 92% e no centro aos 90%” e “50% das comunidades intermunicipais têm Gabinetes de Apoio aos Emigrantes em todas as autarquias”.
O secretário de Estado assumiu que o Governo é “mais ambicioso” e, por isso, disse que o objetivo é “reforçar a implementação do programa e alargar a rede de gabinetes de apoio” e, hoje ainda, assinou um protocolo com o município de Valença.
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