“O voto é secreto, mas é bom saber que há muita gente a votar. É uma viragem de página, o partido precisa de novo sangue”, disse o atual secretário-geral do Partido Socialista depois de votar.
António Costa votou na Federação da Região de Lisboa nas eleições para a escolha do novo secretário-geral do PS, que decorrem até sábado e que são disputadas entre as candidaturas de José Luís Carneiro , Daniel Adrião e Pedro Nuno Santos.
Questionado sobre qual candidato votou, Costa obviamente não respondeu afirmando que espera no domingo reunir-se com o próximo secretário-geral do PS "para lhe dar os parabéns".
Na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse que o seu candidato preferido a secretário-geral do PS seria António Costa e teceu inúmeros elogios ao ainda líder socialista.
"Já ouvi dizer que as declarações do presidente da República são muito simpáticas e estou muito contente por isso", reagiu Costa, acrescentado, contudo, que ainda não as viu ou ouviu.
O presidente da República afirmou que António Costa era o seu preferido para liderar o PS. "Ah, eu tenho. Era o doutor António Costa. Era o meu preferido. Era o que eu teria preferido", declarou Marcelo Rebelo de Sousa.
"Farei na campanha o que o próximo líder quiser"
No que diz respeito à campanha eleitoral para as legislativas, Costa apresenta-se disponível para apoiar o candidato do seu partido, seja ele qual for.
"O PS está agora a eleger um novo líder e vou apoiar esse novo líder para uma grande vitória", disse Costa que fará o que o próximo secretário-geral lhe disser no que diz respeito à campanha eleitoral pelo Partido Socialista.
"O PS vai surgir com mais energia, imaginação e novas propostas. O importante é que não se interrompa o que está a ser feito e o que está errado que seja corrigido", disse ainda Costa sobre a próxima governação que espera que seja socialista.
"Não vou meter reforma para a política"
Ainda na quinta-feira, o presidente da República considerou que Costa tem condições para presidir ao Conselho Europeu e que também seria um bom candidato presidencial. Mas o primeiro-ministro demissionário refutou esta sexta-feira uma possível ida para o Conselho da Europa.
"Em termos políticos, logo veremos o que irei fazer. É especulativo estarmos a teorizar sobre essas matérias do Conselho Europeu porque, neste momento, ainda sou primeiro-ministro e acho que devemos respeitar todas as instância e dar o tempo que seja necessário para que tudo fique esclarecido. Até lá, dou-me ao direito de me auto-limitar, sublinhou Costa, prometendo que não vai “meter já os papéis para a reforma”.
Questionado ainda se vai dar conselhos ao próximo secretário-geral do PS, Costa defende que não deve intervir e tão pouco ser um "comentador de bancada".
"A prioridade do novo secretário-geral é que ele escolha, a minha etapa está concluída. Não vou andar por aí a opinar sobre conselhos de bancada", rematou Costa.
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