Tedros Adhanom Ghebreyesus adiantou, numa conferência de imprensa em Genebra, que estas campanhas ocorrem ao mesmo tempo em que os governos estão a negociar mudanças no Regulamento Sanitário Internacional, o compêndio de normas aplicáveis destinadas a prevenir a propagação de doenças infecciosas.
Segundo o diretor da OMS, ambas as negociações entraram numa “fase crucial”, menos de um ano antes do prazo final para que terminem os seus trabalhos e aprovem os dois novos instrumentos jurídicos internacionais em maio do próximo ano, na assembleia anual da organização.
O dirigente da OMS disse que os dois grupos de trabalho vão realizar a primeira reunião para discutir definições claras do que é uma emergência e uma pandemia global de saúde pública e quando cada uma deve ser declarada.
Apesar destes avanços, Tedros Ghebreyesus afirmou que a mesma estratégia de desinformação que afetou negativamente a resposta global contra a covid-19 está agora a ser usada para minar os esforços para manter o mundo seguro de futuras pandemias.
Sem identificar quem são esses grupos, o mesmo responsável declarou que agem de forma semelhante à que a indústria do tabaco fazia há 20 anos, quando tentou impedir que os países chegassem a um consenso para aprovar o Acordo-Quadro para o Controlo do Tabaco, o primeiro acordo internacional sobre uma questão específica de saúde.
“A mesma coisa está a acontecer agora. Grupos com vastos interesses estão a afirmar falsamente que o acordo servirá para acumular o poder da OMS e que restringirá a inovação e a pesquisa, o que é uma mentira completa”, vincou.
O responsável pela OMS acrescentou que estes grupos estão a colocar em risco um acordo histórico, bem como a saúde e a segurança das gerações futuras, referindo que o tratado internacional sobre a pandemia será concluído entre os países e que a organização se limitará a ajudá-los a implementar as medidas.
De acordo com Ghebreyesus, este tratado busca fornecer soluções para a falta de solidariedade e equidade que prejudicou a resposta global à covid-19 e “é uma oportunidade de aprender com as dolorosas lições da anterior pandemia”.
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