O Ministério da Educação deve "regulamentar, de uma vez por todas, o que é componente letiva e o que não é", disse o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima.
Instado a comentar o facto de os professores terem iniciado hoje uma greve às atividades que consideram estar irregularmente inscritas na componente não letiva do seu trabalho, como o apoio ao estudo, Filinto Lima escusou-se a comentar quem tem razão - se docentes, se Governo - mas pediu clarificação.
"Uma parcela de horas não devia ser letiva e devia ser para outras funções. Mas não são os diretores que põem os professores a trabalhar na componente não letiva. É a lei. O que pedimos ao Ministério da Educação é que regulamente isto de uma vez por todas", disse o presidente da ANDAEP.
O dirigente, que falava aos jornalistas após ter acompanhado a líder bloquista Catarina Martins numa visita à escola Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, explicou que "tudo o que é não letivo, são uma serie de horas, são tempo para funções e cargos que as pessoas exercem nas escolas, trabalho de casa, corrigir testes e preparar aulas".
"As horas estão a ser usadas porque é legal. Nós queríamos que essa legalidade seja esclarecida, ou seja, que a parte não letiva fosse só para exercer funções, cargos, corrigir testes, preparar aulas", defendeu Filinto Lima.
Sobre a greve que teve início hoje, o pré-aviso foi entregue pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) no mês passado e pode afetar atividades como o apoio ao estudo e projetos diversos desenvolvidos com os alunos.
Os sindicatos têm defendido uma clarificação do que é componente letiva e não letiva no horário dos professores.
O objetivo é que todas as atividades desenvolvidas diretamente com os alunos sejam incluídas na componente letiva do trabalho do professor.
A Fenprof convocou o protesto até 15 de dezembro, mas já admitiu prolongá-lo pelo segundo período, caso não haja resposta da tutela às reivindicações dos docentes.
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