Em declarações à Lusa, a diretora do serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar do Médio Tejo, que abarca as unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas (Santarém), confirmou a "quadro de infeção aguda do sistema respiratório em nove doentes ocasionada pelo vírus influenza, com elevado potencial de transmissão", tendo referido ser "prematuro" falar em surto de Gripe A.
"É Gripe A, mas aguardamos os resultados das análises pedidas ao Instituto Ricardo Jorge para perceber qual a sub-estirpe do vírus", disse Fátima Pimenta, tendo adiantado que em Torres Novas não há casos assinalados e que, "em Tomar, há também um doente registado, mas que já foi internado com esse diagnóstico", ao contrário do que sucede em Abrantes.
Segundo a responsável, os nove doentes "estavam internados em Abrantes por outros quadros clínicos", dando conta que o contágio terá sido feito por pessoas que visitaram familiares ou amigos que estavam internados na unidade hospitalar de Abrantes.
"Começámos a detetar estas situações no início da semana, com doentes a apresentarem febre repentina e tosse, dor de garganta, fraqueza, corrimento nasal e dores de cabeça, entre outros sintomas que vieram a revelar a presença do vírus", disse Fátima Pimenta, referindo que "não há médicos ou enfermeiros" afetados pelo vírus influenza.
Os nove doentes, a quem foi "administrada terapêutica antivírica", foram "encaminhados para o fundo de uma ala da enfermaria", medidas que, "por ser um vírus muito contagioso, levou o CHMT a tomar medidas de restrição às visitas", no hospital de Abrantes, tendo a responsável observado que, "na maior parte dos casos, os efeitos da gripe A passam ao fim de poucos dias e o vírus não deixa sequelas".
Em comunicado, o CHMT refere que estas medidas "entram em vigor no imediato", sendo limitado o número de visitas por doente e reduzido o horário das visitas, que ficará compreendido entre 16:30 e as 19:30, sendo obrigatório o uso de máscara, que será disponibilizada no exterior da enfermaria.
Segundo a mesma nota informativa, estas medidas restritivas "visam a proteção de todos, em particular os doentes, mas também as visitas, população em geral, e profissionais de saúde", e "manter-se-ão enquanto forem necessárias, podendo ser eventualmente adaptadas a novas realidades que decorram do evoluir da situação".
Constituído pelas unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas geograficamente entre si por cerca de 30 quilómetros, o CHMT funciona em regime de complementaridade de valências, abrangendo uma população na ordem dos 255 mil habitantes de 12 concelhos do Médio Tejo, no distrito de Santarém, e ainda dos municípios de Gavião e Ponte de Sor, ambos de Portalegre.
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