Na segunda edição do inquérito ‘Tenho Voto na Matéria’, promovido pela UNICEF Portugal, em colaboração com o Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica Portuguesa, foram ouvidos 11.834 crianças e jovens entre os 3 e os 20 anos que vivem em Portugal, e os resultados “revelam que 71% das crianças sentem que os adultos nunca ou raramente lhes perguntam a sua opinião, um valor semelhante ao de 2021 (76%)”.
“Além disso, 70% das crianças afirmam que a sua opinião nunca ou raramente teve impacto no que foi decidido, e 28% dizem que nunca deram a sua opinião”, acrescenta o comunicado da UNICEF Portugal sobre os resultados.
O inquérito, lançado pela primeira vez em 2021, pretende ser “uma iniciativa de auscultação das preocupações e necessidades das crianças e jovens que vivem em Portugal, com o objetivo de criar oportunidades de participação e influenciar decisões que afetam diretamente as suas vidas”.
“As principais preocupações das crianças e jovens são a saúde mental (58%), a internet e redes sociais (44%) e a discriminação (42%), mantendo-se em linha com os resultados de 2021. A maioria (62%) das crianças e jovens considera que estes são os maiores problemas porque podem afetar o seu futuro e 45% pelo que assistem nas notícias ou na internet”, adianta o comunicado.
Segundo os resultados, “a maior parte das crianças discute estes temas em casa (62%), mas quase metade (48%) não fala sobre os mesmos na escola”
O inquérito revela ainda um aumento da sensação de insegurança entre as raparigas, com 27% a afirmarem sentir-se inseguras.
“O ambiente surge como uma prioridade para as crianças e jovens, com 42% a indicarem o cuidado com o ambiente como o principal aspeto a melhorar nas suas comunidades, seguido da qualidade das escolas (35%) e dos transportes públicos (28%). As crianças identificam ainda a poluição (65%) como o principal problema ambiental que as afeta”, adianta ainda o comunicado.
A UNICEF Portugal revela os dados do inquérito na data em que se assinala o Dia Universal dos Direitos da Criança, defendendo que “a educação para a cidadania democrática e a participação ativa devem ser incorporadas na vida das crianças desde cedo, ajudando-as a entender como podem influenciar positivamente a sociedade”.
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