“Em assembleia-geral extraordinária, hoje realizada, tendo estado presentes ou representados acionistas detentores de 76.573.594 ações correspondentes a 74,66% do capital social e dos direitos de voto da sociedade foi deliberado […] alterar a redação do número 2 do artigo 4.º dos estatutos da sociedade, autorizando o Conselho de Administração para, mediante parecer prévio do Conselho Fiscal, deliberar o aumento do capital social da sociedade […] num montante global máximo de 85.000.000,05 euros”, lê-se no comunicado remetido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Em cima da mesa esteve também a alteração aos “artigos 14.º, 15.º, números 1 e 5, 16.º, número 3, 17.º, número 1, e 20.º, números 1 e 2, bem como o aditamento de um novo número (número 4) ao artigo 16.º e de dois novos números (números 3 e 4) ao artigo 20.º dos Estatutos da Sociedade”, que foi igualmente aprovada.
Também hoje os acionistas da Prisa aprovaram a venda da Vertix, que detém a maioria da Media Capital, à Cofina, em assembleia-geral extraordinária, em Madrid, segundo um comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola.
Na mesma nota, a empresa deu conta da aprovação de todos os pontos colocados à votação, incluindo o segundo, que dá ‘luz verde’ à operação.
Assim, foi aprovada a “alienação da Vertix”, que acordou com a Cofina, dona do Correio da Manhã, “um contrato de compra e venda de 100% das ações em que se divide o capital social da Vertix, o que implica a transmissão direta de 94,69% do capital social do grupo Media Capital”, que detém a TVI, lê-se no comunicado.
“Este contrato de compra e venda, que foi alterado em alguns aspetos, com o objetivo de conferir maior certeza à execução da operação, através de uma adenda datada do dia 23 de dezembro de 2019, encontra-se sujeito ao cumprimento de determinadas condições suspensivas”, incluindo a aprovação do mesmo em assembleia-geral.
Fica agora o Conselho de Administração da Prisa mandatado para levar a cabo as operações necessárias à conclusão da operação.
Em 30 de dezembro, a Autoridade da Concorrência (AdC) anunciou a sua não oposição à compra da Media Capital pela Cofina, que era uma das condições da dona do Correio da Manhã para o sucesso da oferta.
No anúncio preliminar de lançamento da oferta pública de aquisição (OPA), a Cofina fez depender o sucesso da operação de um conjunto de condições prévias, entre as quais a não oposição por parte da AdC, a autorização da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), a aprovação, pela assembleia-geral da espanhola Prisa, da transação, bem como a aprovação e execução de um ou mais aumentos de capital social da dona do Correio da Manhã para financiar a compra da Media Capital.
Em 23 de dezembro, a Cofina anunciou ter acordado com a Prisa a redução do preço da compra em 50 milhões de euros face aos 255 milhões de euros [‘enterprise value’] comunicados em 21 de setembro.
Ou seja, o preço de aquisição é agora de 123,29 milhões de euros, o que corresponde a um ‘enterprise value’ (inclui a dívida da dona da TVI) de 205 milhões de euros.
Pela transação, a Prisa irá receber 123,9 milhões de euros, menos 27% do que o previsto inicialmente, o que representa um prejuízo para a editora do El País de 54,3 milhões de euros nas suas contas relativas aos primeiros nove meses do ano.
A venda da Media Capital está também condicionada à renúncia por parte de vários credores financeiros da Prisa.
O grupo Cofina detém, além do Correio da Manhã e do Record, a CM TV, o Jornal de Negócios, a revista Sábado, entre outros títulos.
Por sua vez, a Media Capital conta com seis canais de televisão e a plataforma digital TVI Player. Além da TVI, canal generalista em sinal aberto, conta com a TVI24, TVI Reality, TVI Ficção, TVI Internacional e TVI África.
A Media Capital tem também rádios, nas quais se inclui a Comercial.
A Cofina estima que a compra da dona da TVI esteja concluída no primeiro trimestre deste ano e que represente sinergias de 46 milhões de euros.
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