Os ataques de Trump a Jack Smith e Tanya Chutkan foram feitos na rede social que ele próprio criou e poucas horas antes de os seus advogados responderem a uma exigência da Procuradoria para que deixe de divulgar informação sensível sobre o caso.
Em concreto, os procuradores querem que Chutkan, do tribunal do Distrito de Columbia, emita uma “ordem de proteção” que evita que Trump publique informação sobre testemunhos e provas que a acusação vai apresentar durante o processo.
Os advogados de Trump opõem-se a esta pretensão e têm até às 17.00 locais (22.00 de Lisboa) para apresentar argumentos escritos à juíza.
Na sua rede social, Trump adiantou já um dos argumentos da defesa, que é considerar esta pretensão como uma tentativa de o silenciar, o que atentaria contra a primeira emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão.
“Não me devem impor uma ordem de proteção, porque estão a atacar o meu direito à LIBERDADE DE EXPRESSÃO [em maiúsculas no original]. Mas deviam fazê-lo com o perturbado Jack Smith e o Departamento de Injustiça, porque estão a divulgar informação ilegalmente por todos os lados”, acusou Trump.
O ex-presidente não apresentou provas da acusação a Smith, que tem estado a trabalhar no caso com o máximo segredo desde há meses.
Na semana passada, Smith solicitou à juíza que limitasse a capacidade de Trump para partilhar informação nas redes sociais, depois de este, na sexta-feira, aí ter feito ameaças: “SE VOCÊS VÊM ATRÁS DE MIM, EU VOU ATRÁS DE VOCÊS!”.
Na quinta-feira, Trump compareceu perante o tribunal federal do Distrito de Columbia, onde se declarou não culpado dos quatro delitos que lhe são imputados por ter procurado reverter os resultados das eleições presidenciais que perdeu para Joe Biden e instigado o assalto ao Capitólio.
No domingo, o ex-presidente e candidato às primárias Republicanas para escolher o candidato do Partido às presidenciais de 2024 anunciou que a sua defesa vai pedir a mudança de tribunal do julgamento em que é acusado de tentar subverter as eleições de 2020, considerando que a juíza Tanya Chutkan não é imparcial.
“Não há maneira de eu ter um julgamento justo com a juiza ‘designada'”, disse o ex-Presidente dos Estados Unidos (2017-2020) numa publicação nas redes sociais, em que ainda considerou “ridículo” o caso em que é acusado.
Trump quer que o julgamento tenha lugar num tribunal fora de Washington DC.
O Republicano também insultou de procurador especial do caso, Jack Smith, que chamou de “transtornado”, e reiterou que o Departamento de Justiça o está a investigar por ser o principal opositor do presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, nas eleições do próximo ano.
As sondagens da preferência dos eleitores Republicanos para as primárias dão uma vantagem esmagadora de Trump sobre o seu principal rival, Ron DeSantis.
Comentários