Após ter detido os dois cidadãos russos, o FBI terá então descoberto um outro plano do Kremlin para manipular políticos, empresários, jornalistas e outros influenciadores alemães, franceses, italianos e britânicos.

De acordo com as autoridades norte-americanas, este plano visava "semear a divisão, desacreditar a América e minar o apoio à Ucrânia, de acordo com uma série de documentos russos, memorandos e atas de reuniões de guerra psicológica russas", lê-se num artigo do Politico,  que descreve o dossier como tendo 277 páginas, onde estará um plano "para conquistar os corações e mentes dos europeus".

Este documento terá sido delineado pela Social Design Agency, que atua sob as ordens do vice-chefe de gabinete do presidente russo Vladimir Putin, Sergey Kiriyenko, de acordo com o FBI, e o plano seria influenciar as pessoas através de publicações e comentários nas redes sociais, sendo que o objetivo da campanha seria "evocar no público reações racionais e emocionais (como 'os americanos são uns canalhas!')".

Ainda de acordo com o FBI, os domínios detidos pelos dois cidadãos russos "incluíam falsificações da Reuters, Der Spiegel, Bild, Le Monde, Le Parisien, Welt, FAZ, Süddeutsche Zeitung, Delfi e outros, e foram pagos com criptomoedas como bitcoin".

Dizem também as autoridades norte-americanas que a "equipa russa de operações psicológicas identificou a Alemanha como um alvo particularmente vulnerável à influência russa". “Os alemães são mais dependentes do que os franceses. Primeiramente, precisamos desacreditar os EUA, a Grã-Bretanha e a NATO e, em segundo lugar”, convencer os alemães a se oporem à “política ineficiente de sanções”, disse o FBI em tribunal.

O documento salienta mesmo que  o objetivo era “desestabilizar a situação social” na França e na Alemanha “espalhando narrativas falsas, vídeos, documentos e gravações de conversas telefónicas falsas, comentários nas redes sociais e citações falsas e reais de influenciadores”.