Esta posição é defendida numa das 23 respostas que Durão Barroso deu, por escrito, à comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade, documento a que a agência Lusa teve hoje acesso, sendo o único antigo chefe de executivo que, até ao momento, respondeu às perguntas dos deputados.
“Nunca recebi qualquer ‘pressão’ da EDP durante esse ou outro período”, assegurou.
Na pergunta 14, os deputados da comissão de inquérito perguntam ao antigo chefe do executivo se “alguma vez foi pressionado pela EDP durante o período de construção da legislação dos CMEC”.
Já sobre as declarações de João Talone, antigo presidente da elétrica, que mesma comissão de inquérito disse que a “EDP esteve fortemente envolvida” no desenho dos CMEC, Durão Barroso considerou ser normal.
“Parece-me absolutamente normal (o contrário é que seria de estranhar) o envolvimento nesse processo de todos os principais ‘players’, sobretudo aqueles diretamente ligados ao interesse do Estado”, defendeu.
Instado a fazer um balanço sobre os CMEC, o antigo primeiro-ministro deixou claro que “seria imprudente” fazê-lo, afirmando não estar em condições de se pronunciar sobre qualquer estimativa de custos.
“Trata-se de matéria em que não pretendo ter qualquer ‘expertise’ técnica e a qual não segui suficientemente para além, claro está, do papel (que plenamente assumo) que nela tive como primeiro-ministro, definindo as orientações políticas gerais, as quais estou seguro terem sido as adequadas do ponto de vista do interesse nacional”, destacou.
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