“Não aceitarei comprar [aos EUA]. Não é bom para os filipinos que lhes digam o que fazer. Não estou com raiva deles, mas eles foram os primeiros a atingir-me. E criticaram-me muito pela minha guerra contra as drogas”, declarou na quinta-feira o líder filipino, perante soldados, na província de Bulacan.
Duterte adiantou que irá substituir o armamento dos Estados Unidos, tradicional aliado político e militar, por equipamentos não só da Rússia, mas também da Coreia do Sul e Israel, países que visitou em 2018.
Um acordo militar EUA-Filipinas, negociado no ano passado, está bloqueado no Congresso norte-americano. Alguns senadores recusaram apoiar o acordo devido à violações de direitos humanos no país, no âmbito da campanha contra as drogas lançada por Duterte em 2016.
De acordo com dados oficiais, a campanha já fez mais de cinco mil mortos, mas organizações não-governamentais estimam um número ainda maior.
“Se compras armas da China ou da Rússia, serás sancionado. (…) Quando não podemos negociar com os EUA, é como se estivéssemos encurralados. É por isso que deixei claro que, nestas circunstâncias, não comprarei mais armas aos EUA”, sublinhou o líder filipino.
Em contraste com as declarações do Presidente, o secretário da Defesa, Delfin Lorenzana, anunciou no mês passado que as Filipinas comprariam 16 helicópteros ‘Black Hawk’ aos EUA por cerca de 208,2 milhões de euros, em vez de equipamento russo mais barato, para evitar sanções.
As Filipinas planeiam gastar cerca de 5,6 mil milhões de dólares (cerca de 4,9 mil milhões de euros) nos próximos cinco anos para melhorar a sua capacidades de defesa, e assim substituir os navios de guerra da Segunda Guerra Mundial e os caças e helicópteros da altura da Guerra do Vietname, herdados dos EUA.
No ano passado, o país adquiriu jatos de caça sul-coreanos, navios logísticos indonésios e veículos blindados e mísseis israelitas.
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