Ethan James Green, o fotógrafo responsável pelo próximo calendário Pirelli, prometeu torná-lo ainda mais sexy do que antes.
Numa edição a nu, ator britânico John Boyega está entre as celebridades que posaram para o calendário de 2025, chamado Refresh and Reveal, numa praia de Florida Keys, no estado da Flórida, nos Estados Unidos da América.
Já a modelo e atriz indiana Padma Lakshmi foi fotografada num vestido fino de tule, enquanto a artista visual norte-americana Martine Gutierrez se apresentou nua, com apenas um pedaço de madeira a cobrir a zona íntima.
Green diz que este é o momento certo para as celebridades se despirem, além de analisar que o movimento #MeToo e as redes sociais redefiniram a sensualidade.
“Eu acho que o #MeToo realmente forçou o mundo inteiro a parar, o que é muito bom. E eu acho que muito do que se tornou sexy é o que começámos a ver nas redes sociais das pessoas, geralmente através das selfies”, disse.
O profissional, de 34 anos, revelou que a sessão teve como objetivo “começar do início, mas também descobrir como é que isso faz sentido hoje”, acrescentando que: “Todos nós viemos para esta vida nus. É a melhor maneira de capturar o nosso verdadeiro eu".
Nos últimos anos, a conhecida empresa de pneus italiana optou por calendários com modelos vestidos. A mudança ecoa das alterações culturais no mundo da moda e da cultura popular, com passarelas e celebridades cada vez mais expostas.
Por exemplo, no Met Gala deste ano, a cantora britânica Rita Ora usou pouco mais do que um colar, enquanto a rapper norte-americana Doja Cat usou uma camisa encharcada e transparente. Já os organizadores do desfile de Victoria Secret, que deve voltar em novembro deste ano, após um intervalo de cinco anos, prometeram "voltar com tudo", entrando num espírito mais "nu".
Apesar desta novidade no calendário do próximo ano, Green inspirou-se, em especial, num calendário da Pirelli, produzido pelo fotógrafo Herb Ritts, em 1994, onde as modelos norte-americanas Kate Moss e Cindy Crawford apareciam nuas nas Bahamas.
Além disso, o responsável não esqueceu o calendário da autoria de Richard Avedon, de 1995, que apresentou a modelo norte-americana Christy Turlington com as mãos amarradas e um corpete de metal colocado abaixo dos seios descobertos.
Com esta sessão, Green quis fazer algo mais "clássico e sexy", usando tanto uma praia quanto um estúdio. “Os meus pensamentos iniciais quando fui abordado eram: 'Se eu vou fazer Pirelli, eu quero fazer Pirelli.'", disse. Quando explicou a sua ideia para a equipa italiana, eles concordaram imediatamente. “Eles queriam exatamente a mesma coisa. Foi perfeito”, contou.
Nos últimos anos, a Pirelli reformulou o seu calendário numa tentativa de se distanciar das alegações de representar apenas o olhar masculino. Tudo começou com a famosa fotógrafa Annie Leibovitz, que apresentou fotos de "heroínas" vestidas, como a ativista e cantora japonesa Yoko Ono e a tenista norte-americana Serena Williams.
Já em 2017, a atriz britânica Helen Mirren apresentou-se, sem edição, enrolada num cobertor, enquanto a atriz norte-americana Uma Thurman se apresentou da mesma forma, mas apenas com uma gola. O calendário do ano seguinte apresentou um grupo todo negro de modelos, ativistas e atores fotografados por Tim Walker.
Para Green agora há muitas definições diferentes de "sexy", que podem ser exploradas no ambiente certo. "Eu acho que com nudez e sensualidade agora, pelo menos na minha experiência, o sujeito que está a participar é capaz de o fazer de uma forma mais descontraída", disse. O “meu trabalho sempre foi sobre colaboração. Quando alguém se sente melhor e mais confortável, é quando eu entendo a ideia”, explicou.
O Calendário Pirelli é uma publicação anual, bastante conhecida desde 1964, que reúne fotógrafos renomados e grandes ícones mundiais, que são retratados em paisagens deslumbrantes. O calendário é publicado pela empresa italiana de pneus Pirelli.
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