Assunção Cristas falava no Palácio de Belém, em Lisboa, após uma delegação do CDS-PP ter sido recebida pelo Presidente da República, no quadro das audições aos partidos com assento parlamentar sobre a formação do novo Governo.
"Exprimimos ao senhor Presidente da República aquilo que tem sido sempre a posição do CDS e o compromisso com quem confiou o voto no CDS, que é sermos uma oposição a um Governo socialista que naturalmente sairá destas eleições, em consonância com o resultado eleitoral", declarou aos jornalistas.
Questionada se o CDS-PP se opõe a que o secretário-geral do PS, António Costa, seja indigitado primeiro-ministro, Assunção Cristas respondeu: "Com certeza que não, é líder do partido mais votado. Tive a oportunidade de o felicitar pelo resultado das eleições".
"Faremos aquilo que temos feito, uma oposição sempre construtiva, sempre representando aqueles que confiaram em nós", prometeu.
Em seguida, interrogada se irá assumir o seu lugar de deputada, a líder cessante do CDS-PP escusou-se a responder a mais perguntas e dirigiu-se para a saída do Palácio de Belém, sem esclarecer se o seu futuro passará pelo parlamento.
A delegação do CDS-PP incluía, além de Assunção Cristas, os dirigentes democratas-cristãos Cecília Meireles, Nuno Melo, Nuno Magalhães e Telmo Correia, e esteve reunida com o chefe de Estado durante cerca de uma hora.
O Presidente da República está hoje a ouvir os dez partidos que elegeram deputados nas eleições legislativas, com vista à indigitação do primeiro-ministro. O Livre foi a primeira força política a ser recebida e o PS será a última, por ordem crescente de votação.
Nas legislativas de domingo, o CDS-PP teve 216.448 votos em território nacional, 4,25% do total, elegendo cinco deputados, quando falta ainda contabilizar a votação nos círculos da emigração.
O CDS-PP elegeu duas deputadas pelo círculo de Lisboa, Assunção Cristas e Ana Rita Bessa, uma deputada pelo círculo do Porto, Cecília Meireles, um deputado pelo círculo de Braga, Telmo Correia, e outro por Aveiro, João Almeida.
Logo no início da noite eleitoral, perto das 21:00, Assunção Cristas assumiu "com humildade democrática" o resultado - ao nível dos piores do partido, registados em 1987 e 1991 - e anunciou que irá deixar a liderança do CDS-PP, declarando que não se recandidatará no próximo congresso extraordinário, que pediu para ser convocado em breve.
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