“Não conseguimos atingir o objetivo a que nos propusemos, que era ter uma representação parlamentar. De qualquer das formas, estamos satisfeitos com os resultados face a um contexto de extrema bipolarização, na medida em que os dois principais partidos recolheram cerca de 85% dos votos, com uma penalização enorme de todos os outros partidos e, inclusivamente, com o desaparecimento de alguns da própria assembleia legislativa”, afirmou André Silva, em declarações à agência Lusa.
Fazendo “uma leitura conjunta do resultado de todos os partidos”, o porta-voz do PAN considerou que os números revelam que “todos os partidos, à exceção do Partido Socialista, sofreram, alguns grandes derrotas, ou pelo menos uma diminuição expressiva dos seus resultados”.
“Neste contexto, e tendo ficado a cerca de 500 votos, apenas 500 votos, dos partidos médios como o Bloco de Esquerda e a CDU, isso para nós entendemos como, no fundo, um bom resultado para um partido com menor expressão parlamentar, quer nacional quer regional”, sustentou, notando que este resultado “acima dos dois mil votos” dá ao partido “um grande alento” para continuar “a trabalhar, quer a nível nacional quer a nível regional”.
Insistindo que “há um contexto e um fenómeno regional de concentração de votos nos principais dois partidos que afetou todos os partidos”, André Silva recusou apontar o dedo aos representantes do partido naquela região autónoma.
“Mais do que falhas a apontar internamente, eu penso que o fenómeno da concentração do voto útil nos dois principais partidos justifica e explica, no fundo, esta não eleição também por parte do PAN na Assembleia Legislativa da Madeira”, reforçou.
Na ótica de André Silva, “este resultado acaba por ser positivo não só para a região como a nível nacional”, mas ressalvou que é possível “sempre fazer melhor”.
Ainda assim, o deputado único do PAN à Assembleia da República assinalou que as legislativas regionais e as legislativas nacionais de 06 de outubro são “desafios diferentes” e “realidades que nada têm que ver uma com a outra”.
O PSD venceu no domingo as eleições legislativas regionais da Madeira, com 39,42% dos votos, mas perdeu, pela primeira vez, a maioria absoluta, elegendo 21 dos 47 deputados.
De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, e depois de apuradas todas as freguesias, o PS obteve 35,76% e elegeu 19 deputados.
Depois de ter concorrido e 2015 em coligação com PS, PTP e MPT, o PAN alcançou no domingo 1,46% dos votos, 1,46% (2.095 votos).
O CDS-PP, com 5,76% dos votos e três deputados, foi a terceira força política mais votada, seguido pelo JPP, com 5,47% e também três parlamentares.
A CDU conquista um lugar, depois de alcançar 1,80% dos votos.
Mais nenhum partido conseguiu eleger deputados para a Assembleia Legislativa da Madeira, que tem um total de 47.
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