Inês Almeida, embaixadora de Timor-Leste em Camberra, e que está a acompanhar a votação em Melbourne (um dos três centros de votação na Austrália, a par de Sydney e Darwin) disse à Lusa que, nas primeiras cinco horas de votação, tinham exercido o seu direito mais de 400 pessoas.
“Sente-se um ambiente de muita satisfação e entusiasmo, especialmente entre os trabalhadores timorenses que tiveram que sair da zona onde estão, alguns a viajarem três ou quatro horas para virem votar”, explicou à Lusa.
“Alguns já estavam aqui na fila à espera de votar às 06:00, uma hora antes da abertura das urnas”, disse, num contacto telefónico a partir de Melbourne.
“Ainda temos aqui uma fila para votar e agora estão todos ansiosos para que se encerre e se conheça os resultados”, explicou.
Até esta hora e além de cerca de 400 votantes em Melbourne, já tinham votado mais de uma centena em Sydney e um número idêntico em Darwin, estando recenseados para votar na Austrália um total de 2.242 eleitores, mais 50% que nas presidenciais do ano passado.
Apesar do aumento no número de eleitores, trabalhadores timorenses noutras zonas do vasto continente australiano lamentaram não poderem recensear-se e votar, especialmente em zonas como Perth, na Austrália Ocidental, Adelaide, no Sul da Austrália, e no estado de Queensland.
“É um país vasto, um continente e muitos não puderam recensear-se. O processo era moroso mesmo para quem trabalha aqui em algumas zonas de Melbourne, que tinham que viajar três ou quatro horas em cada sentido, mais o tempo do recenseamento em si”, notou Inês Almeida.
“Os trabalhadores lamentam também não poder renovar os passaportes, apelando ao Governo em Timor-Leste para que resolva esta situação. Dizem que estão a contribuir tanto para o país, mas depois são esquecidos pelo Governo”, afirmou.
São 17 os partidos que disputam as eleições de hoje em Timor-Leste, cuja contagem pode demorar vários dias. Mais de 890 mil eleitores estão registados para a votação, na qual vão ser escolhidos os 65 deputados do Parlamento Nacional.
Oito dos partidos têm assento parlamentar e um faz a sua estreia, sendo que para eleger deputados as forças políticas têm de obter mais de 4% dos votos válidos.
A jornada eleitoral decorre até às 15:00 (07:00 em Lisboa), com o maior número de sempre de eleitores no país e na diáspora, e o maior número de centros de votação.
Milhares de observadores de Timor-Leste e de vários países e centenas de jornalistas estão acreditados para acompanhar a votação.
Comentários