Tal como faz há décadas, o general Ramalho Eanes votou acompanhado da mulher, Manuela Eanes, na Escola Luís António Verney, freguesia do Beato, parando várias vezes para receber os cumprimentos de populares.
Após cumprir o dever cívico, o ex-chefe de Estado disse aos jornalistas que, “infelizmente”, está convencido de que “a abstenção vai ser elevada”.
Sobre a campanha, António Ramalho Eanes considera que esta “correu bastante bem”.
Deixou, contudo, uma ressalva: “Teria sido muito interessante que se discutissem em pormenor as funções do Estado, as falhas dessas funções, das funções principais como são a defesa, segurança, justiça e relações externas e todas as outras, como saúde, e que fossem apresentadas soluções para as falhas e que houvesse o cuidado de não as apresentar demagogicamente, mas dizendo onde iam buscar os recursos financeiros para responder”.
“Gostaria também que tivesse havido uma maior presença da nossa preocupação com o exterior, primeiro porque pertencemos à União Europeia e porque vivemos numa área de globalização em que tudo tem interferência em tudo”, prosseguiu.
Sobre o caso Tancos, António Ramalho Eanes classificou-o de “preocupante”, mas disse que o mesmo não devia ter sido levado para as eleições para não desviar a atenção dos cidadãos.
Relativamente ao elevado número de partidos a votos, o antigo Presidente da República sublinhou que “a democracia é pluralismo e é combate entre as diversas opções plurais, mas um debate pacífico que se resolve em eleições”.
“Em termos teóricos, quanto maior for o número de partidos a concorrer, maior é o número de opções oferecidas aos portugueses, mais profícua pode ser a democracia”, disse.
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