“O RIR surge da dissidência, da saída da esmagadora maioria dos militantes que outrora estiveram no PT comigo. A direção na Madeira saiu toda em bloco, não restando um único elemento desta lista no anterior partido que militava”, disse o cabeça de lista, numa entrevista à agência Lusa a propósito das eleições legislativas regionais, agendadas para 22 de setembro.
Roberto Paulo Ferreira Vieira tem 47 anos, foi candidato à presidência da Câmara Municipal do Funchal (CMF) em 2009 e deputado na Assembleia Legislativa da Madeira (2010-2015), eleito pelo MPT.
É professor do 1.º ciclo do ensino básico, estando ligado ao Centro de Reabilitação da Sagrada Família e foi eleito deputado municipal na Câmara do Funchal nas eleições autárquicas de 2017 pelo MPT, do qual agora se desfiliou.
“Saí por uma questão de honra”, adiantou, admitindo que com esta mudança de partido “a confusão vai ser real no eleitorado” e “poderá penalizar o RIR, quando um ou outro voto poderá fazer a diferença”.
“As pessoas vão querer votar Roberto Vieira e vão votar noutro partido porque o tempo que nos distancia das eleições é pequeno” para conseguir explicar os motivos desta decisão.
Para o candidato, “um bom resultado, positivo, é eleger um deputado": "A partir daí tudo é bem vindo”, sublinha, apontando que o partido vai lutar para eleger representantes para o parlamento madeirense.
Contudo, sublinha que não "vai abandonar o barco” se esse objetivo não for alcançado.
Sobre as principais bandeiras do partido, começa por dizer que o RIR é “um partido de 360 graus, que não está nem agarrado à esquerda, nem à direita”.
Roberto Vieira destaca que o RIR “é um partido de ideias, de causas".
"Como diz o nome, para 'Reagir' às situações menos boas; ‘Incluir’ as pessoas num todo, não deixar margem para os jeitinhos, as cunhas e o favorecimento”, explica, acrescentando a aposta no ‘Reciclar’ como política importante para o futuro.
No que diz respeito à lista de candidatos, indicou que “todos são independentes”, têm entre os 18 e os 85 anos, e que o objetivo é chegar a “todas as classes possíveis”.
Constituir governo não é a meta do RIR, destacou, salientando que “em caso de negociação, o partido tem pessoas válidas para oferecer, possivelmente para ajudar a governar”.
Sobre a possibilidade de viabilizar uma coligação, caso não haja maioria absoluta nestas eleições, respondeu: “a posição do RIR, neste momento, é ouvir os 94 candidatos, porque funcionará com certeza a democracia”.
“Numa situação de ajudar a fazer governo, uma coisa que quero que fique clara: o senhor presidente do Governo Regional e atual candidato Miguel Albuquerque [PSD], e o professor Cafôfo, ex-presidente da CMF e atual candidato [PS], estão neste momento no mesmo patamar que qualquer candidato a deputado às regionais”, afirmou.
Para Roberto Vieira, os dois “são apenas candidatos a deputados”.
“Em caso de ser necessário fazer governo à esquerda ou à direita e dependa de um partido mais pequeno, nomeadamente o RIR, podemos propor até a substituição desses candidatos por um outro para ser presidente do Governo Regional”.
Quanto à campanha eleitoral, o cabeça de lista indicou que o partido não tem meios financeiros e que vai efetuar ações porta a porta.
*Por Ana Basílio (texto) e Homem de Gouveia (foto), da agência Lusa
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