“No que à Comissão Europeia diz respeito, estamos prontos para abrir as negociações amanhã de manhã às 09:30, por isso estamos à espera de visitas de Londres. Espero que não haja mais atrasos na conclusão destas negociações”, declarou Jean-Claude Juncker, durante uma conferência de imprensa em Praga, onde participou numa conferência sobre Segurança e Defesa.
Apontando que “todas as eleições são importantes, não apenas nos chamados grandes Estados-membros”, o presidente do executivo comunitário admitiu que “a de ontem (quinta-feira) foi de particular importância”, mas disse esperar “que os resultados das eleições”, que ditaram a perda da maioria absoluta do Partido Conservador da primeira-ministra Theresa May, “não tenham impacto de maior nas negociações”, pelas quais a Comissão Europeia está “ansiosamente à espera”.
Questionado sobre a possibilidade de ser prolongado o prazo (de dois anos) para a conclusão das negociações com Londres, Juncker limitou-se a responder que “antes de se colocar a questão de prolongar as negociações, é necessário que as mesmas comecem”.
Juncker insistiu ainda que as negociações devem começar em torno das “modalidades de saída” do Reino Unido do bloco europeu, e só depois deve ser discutida “a arquitetura das futuras relações” entre UE e Londres.
Declarados 649 dos 650 lugares na Câmara dos Comuns, o partido Conservador elegeu 318, menos oito do que os necessários para uma maioria absoluta e menos 12 do que antes das eleições.
O partido Trabalhista adicionou 29 aos que possuía, somando 261 deputados.
O Partido Nacionalista Escocês conquistou 35 lugares, os Liberais Democratas 12 (+4), o Partido Democrático Unionista (Irlanda do Norte) 10 (+2), o Sinn Féin sete (+3), os nacionalistas galeses do Plaid Cymru quatro (+1), os Verdes um e foi eleito um independente na Irlanda do Norte.
Com estes resultados, o Reino Unido tem o que se conhece por “hung parliament”, literalmente parlamento suspenso, em que nenhum partido consegue lugares suficientes para formar uma maioria absoluta e não poderá governar sozinho, precisando do apoio de outras formações políticas.
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