O IAVE já tinha feito algumas “experiências pequenas” de realização de provas digitais mas agora, através de financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), vai avançar com o projeto DAVE- Desmaterialização da Avaliação Externa, que prevê que dentro de três anos todos os alunos do ensino obrigatório realizem as provas e exames nacionais em formato digital, contou à Lusa fonte do IAVE.
O modelo será testado já em junho em algumas escolas, que estão neste momento a ser selecionadas para participar no projeto-piloto. A experiência amostral será com alguns alunos que agora realizam as provas de aferição.
No próximo ano letivo, as provas de aferição já serão realizadas em formato digital por todos os alunos do 2.º, 5.º e 8.º anos de escolaridade. De fora, vão ficar apenas as provas de Expressão Artística e de Educação Física.
No ano letivo de 2023/2024, será a vez dos alunos do 9.º ano realizarem também as provas finais de ciclo em formato digital. E no ano seguinte, segundo o calendário do IAVE, a ideia é que também os alunos do secundário troquem a caneta por um teclado para fazer os exames nacionais.
A fonte do IAVE recordou que a ideia não é nova, mas “exige bastante investimento”, o que será possível através do PRR, onde está inscrita uma verba de 12 milhões de euros para a desmaterialização das provas e dos exames, segundo avança o Jornal de Notícias na edição de hoje.
O IAVE recordou que em 2018 foi realizada a primeira aplicação de uma prova de aferição em formato digital, tendo sido selecionada a prova de aferição de Matemática de 8.º ano.
Na altura, a prova foi realizada em duplo formato, papel e digital, sendo que a prova em formato digital foi realizada por cerca de 2.500 alunos de todo o país.
No ano seguinte, em 2019, teve lugar um projeto-piloto, em parceria com o Júri Nacional de Exames (JNE) e algumas escolas, com o objetivo de digitalizar as provas de aferição e realizar a classificação em suporte eletrónico.
Já em janeiro de 2021 foi realizado, também em suporte eletrónico, o estudo diagnóstico das aprendizagens a alunos dos 3.º, 6.º e 9.º anos.
Segundo o IAVE, este projeto não é "uma mera transposição para o suporte digital de metodologias, didáticas e técnicas de avaliação analógicas e tradicionais, mas de uma mudança de paradigma”, que passa por “integrar e desmaterializar todos os procedimentos inerentes ao processo de avaliação externa das aprendizagens, desde o processo organizativo e logístico, até aos processos de elaboração das provas, da sua aplicação e classificação”.
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