Já era sabido que Emma Thompson tinha abandonado a produção de "Luck". À data, a imprensa especializada, escrevia que a atriz tinha "saído discretamente".
Mas, numa dirigida carta à direção dos estúdios Skydance, no fim de janeiro, cujo conteúdo é agora revelado, Thompson revela as razões da sua saída: a escolha de John Lasseter e o movimento #MeToo.
Lasseter, conhecido por transformar a Pixar no estúdio de animação no mais bem-sucedido do mundo e por resgatar a Walt Disney Animation da falência, foi demitido da gigante de animação na sequência de um escândalo de "assédio sexual e conduta imprópria no ambiente de trabalho.
"Só posso fazer o que me parece correto nestes tempos difíceis de transição e de conscientização coletiva", escreveu a atriz de 59 anos, vencedora de duas estatuetas da Academia.
"Tenho consciência de que se as pessoas que falaram, como eu, não adotarem este tipo de postura, será muito pouco provável que as coisas mudem no ritmo necessário para proteger a geração da minha filha".
A representante de Thompson, Catherine Olim, confirmou à AFP o conteúdo da carta, que foi publicada esta terça-feira no jornal Los Angeles Times.
A contratação de Lasseter foi anunciada em 9 de janeiro. Thompson, que daria voz ao filme "Luck", de Alessandro Carloni, questionou a escolha e a "segunda hipótese" dada pelo estúdio a Lasseter.
"Vai ganhar milhões de dólares por receber essa segunda hipótese, aparentemente. Quanto dinheiro estão a receber os empregados da Skydance por dar essa segunda hipótese?", questionou a atriz.
"Se um homem passou décadas a tocar em mulheres de forma inapropriada, porque é que uma mulher ia querer trabalhar para ele, se a única razão pela qual não vai tocá-la de forma inapropriada é o facto de o seu contrato o obrigar a portar-se 'com profissionalismo'?".
Os estúdios Skydance ainda não comentaram.
A carta, na íntegra, pode ser lida aqui.
* Com Agências
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