Conta o The New York Times que Huang Hu ficou destroçado quando o seu gato, Ajo, morreu. Não havendo mais nada a fazer, enterrou o corpo do animal num parque perto de casa, mas horas depois lembrou-se de algo que podia mudar tudo. Tinha lido, há uns meses, um artigo sobre clonagem de cães na China.

E se fosse essa a solução? E foi.

"No meu coração o Ajo é insubstituível", cita o jornal, mas havia uma alternativa. Não tendo o gato deixado descendência, a clonagem era o caminho, pelo que desenterrou Ajo e o levou à Sinogene, uma empresa biotecnológica comercial de clonagem de animais.

Sete meses depois da morte de Ajo, Huang Yu passou a conviver com uma cópia do felino.

"É parecido em mais de 90%", afirmou o jovem chinês de 23 anos, que espera que o gato, nascido em julho de uma gata portadora, tenha a mesma personalidade que o original.

Ajo é o primeiro gato clonado pela Sinogene, que desde 2017 já clonou 40 cães. 

Os proprietários de animais domésticos, com frequência traumatizados pela morte das suas mascotes, estão dispostos a pagar 250.000 yuanes (35.000 dólares) pela clonagem de um gato ou 380.000 (53.000 dólares) por um cão.

Nas últimas décadas os chineses apaixonaram-se pelos animais domésticos, que eram proibidos durante o período de Mao.

De acordo com um relatório da organização Pet Fair Asia e do site Goumin.com, os gastos relacionados com animais domésticos representaram no ano passado 171 bilhões de yuanes (23,7 mil milhões de dólares).

Mas a empresa não fica apenas pelos cães e gatos: de momento encontra-se a tentar clonar um cavalo e o próximo grande objetivo é clonar animais em extinção, incluindo pandas — processo que o país considera há 20 anos — e o tigre do sul da China.

Chen Dayuan, da Academia Chinesa de Ciências, afirmou o mês passado que a organização estava a estudar a possibilidade de clonar um panda utilizando uma gata como mãe portadora — embora um panda seja muito maior do que um gato na idade adulta, ao nascer o seu tamanho é similar e a gestação dura entre dois e três meses.