“A reunião correu muito mal. O Governo não tem nenhum plano para nos auxiliar. Estamos profundamente revoltados”, afirmou à agência Lusa o presidente da APIC, Luís Fernandes, após uma reunião com secretário de Estado do Comércio, João Torres.
Luís Fernandes referiu que a APIC defendeu junto da tutela apoios aos empresários, que podiam passar pela criação de “protocolos sanitários” para poderem trabalhar e uma isenção de alguns impostos, como é o caso do IUC (Imposto Único de Circulação), e seguros de camiões e material.
“Em último caso, se não nos deixarem trabalhar, que nos apoiem para que possamos ficar em casa”, afirmou.
Devido ao surto da covid-19, os negócios itinerantes em eventos culturais, feiras, festas, romarias e circos, a maioria das quais canceladas, ficaram comprometidos.
“Estamos muito indignados e desesperados e não iremos desarmar enquanto não tivermos uma resposta satisfatória”, ressalvou.
Contactada pela Lusa, fonte do ministério da Economia não quis comentar as acusações da APIC, referindo apenas que o secretário de Estado do Comércio “tem estado em contacto com diversas associações de vários setores de atividade, também no que respeita aos feirantes, vendedores itinerantes e empresários de diversão, auscultando as suas propostas e sugestões".
Esta tarde, a comitiva da APIC, com cerca de 40 pessoas, vai estar concentrada junto ao parlamento, onde aguardam por uma reunião, já agendada, com o grupo parlamentar do PSD, esperando ser também recebidos por deputados do PS.
Caso não tenham sucesso, está prevista uma deslocação para a sede do PS, no Largo do Rato.
Para quinta-feira está prevista a presença junto ao Conselho de Ministros, entre as 15:00 e as 19:00, seguindo depois o grupo de manifestantes para junto da residência oficial do primeiro-ministro, além de estar prevista uma passagem em Belém para uma tentativa de reunião com o Presidente da República.
Entretanto, o presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversões (APED), Francisco Bernardo, demarcou-se de “todos e quaisquer movimentos” da recém-criada APIC, justificando que, “além de serem lesivos e envergonharem a classe, colocam gravemente em risco tudo aquilo que tem vindo a ser feito pela APED em prol dos itinerantes”.
“A APED é uma associação que representa os profissionais itinerantes há várias décadas. Defende os seus profissionais com afinco, lutando até às últimas consequências pelos seus interesses. Mas jamais poderá compactuar com movimentos radicais deste género”, pode ler-se numa nota publicada na sua página oficial de Facebook.
A APED já foi presidida por Luís Fernandes, agora presidente da APIC.
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