Adaptado por Simon Stephens e encenado por Walter Meierjohann, a peça é descrita pelo teatro como uma "instalação sonora”, já que os espetadores escutam o texto narrado pela atriz Juliet Stevenson através de auscultadores.
Medidas de segurança reforçadas implicam que os espetadores fiquem sentados a dois metros de distância, a não ser que estejam acompanhados por alguém do mesmo grupo, e todos são obrigados a usar uma máscara, tal como os funcionários do teatro.
Os bares de apoio continuam fechados e foi implementado um sistema de sentido único no edifício, o qual tem disponíveis estações com dispensadores de gel desinfetante.
Auscultadores, cadeiras, casas de banho e espaços públicos são limpos entre cada uma das quatro sessões diárias de 70 minutos cada.
Os espetáculos ao vivo em recinto fechado continuam a ser interditos no Reino Undo devido ao risco de contágio com o novo coronavírus, tendo o Governo autorizado recentemente o início de pilotos com audiência no sentido de reabrir de teatros e salas de concertos no outono.
No entanto, respeitando as regras de segurança, incluindo o distanciamento social, o teatro contornou as restrições que atualmente limitam estes espaços, que na quase totalidade continuam fechados.
“Após ler a versão do Simon da alegoria extraordinária de Saramago sobre a resposta de um governo e da sociedade a uma pandemia, eu sabia que esta era uma história que tínhamos que contar imediatamente”, afirmou o diretor artístico do Donmar Warehouse, Michael Longhurst.
"Stevenson indicou que gostaria de realizar o espetáculo pessoalmente quando as circunstâncias finalmente permitirem. Mas ela nunca vai providenciar um relato mais íntimo ou invasivo sobre isso. Mesmo que ela esteja obviamente ausente, aqueles auscultadores fazem a presença dela parecer palpável”, escreve o crítico do Daily Telegraph, Dominic Cavendish.
No ‘site’ The Views Hub, o crítico Stephen Bates questiona-se se esta peça é diferente de uma dramatização adaptada para a rádio.
"Sim, é significativamente diferente e melhor, não apenas devido aos efeitos visuais, mas principalmente porque a experiência é partilhada através de uma audiência ao vivo”, justifica.
A peça abriu ao público no passado dia 1 e vai estar em cartaz até 22 de agosto.
O romance “Ensaio sobre a Cegueira” foi publicado em 1995 e José Saramago foi distinguido com o Prémio Nobel da Literatura em 1998.
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