
Ao mesmo tempo, Merz enfatizou o seu desejo, partilhado com o sultão Haitham bin Tarik al-Said, de “impedir uma extensão do conflito” através de esforços diplomáticos, acrescentou o porta-voz do executivo alemão, Stefan Kornelius, em comunicado.
A posição do chanceler alemão surge na mesma linha da transmitida pela diplomacia da União Europeia.
“A UE sempre foi clara: o Irão nunca deve ser autorizado a adquirir uma arma nuclear”, disse a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, numa mensagem nas redes sociais, após ter conversado com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi.
Para a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, “o risco de uma nova escalada na região é perigosamente alto”.
“A diplomacia deve prevalecer”, instou Kaja Kallas, acrescentando: “Somente a diplomacia pode levar a uma solução duradoura. A UE está pronta para apoiá-la”.
Hoje, a França, o Reino Unido e a Alemanha propuseram retomar as negociações nucleares com o Irão, no terceiro dia de conflito armado com Israel.
“A Alemanha, juntamente com a França e o Reino Unido, está pronta. Oferecemos negociações imediatas sobre o programa nuclear. Espero que a oferta seja aceite”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, horas depois de o Presidente da França, Emmanuel Macron, ter falado com o seu homólogo iraniano, Masoud Pezeshkian, para se pronunciar nos mesmos termos.
Os três países europeus faziam parte da antiga delegação 5+1 (os cinco países membros do Conselho de Segurança mais a Alemanha) que assinou em 2015 o histórico acordo nuclear com o Irão, no qual o Irão se comprometia a esclarecer as dúvidas sobre a natureza pacífica do programa nuclear em troca da sua reintegração nos mercados internacionais.
O acordo foi invalidado para todos os efeitos após a retirada unilateral ordenada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, três anos depois, durante o seu primeiro mandato na Casa Branca.
Embora os países europeus tenham manifestado a sua intenção de prosseguir com as negociações, o Irão denunciou que, na realidade, eles se tinham submetido completamente à decisão norte-americana.
A guerra entre Israel e o Irão, desencadeada na madrugada de sexta-feira por bombardeamentos israelitas que visaram instalações militares e nucleares iranianas, causou já mais de 100 mortos e 800 feridos no Irão, entre lideranças militares, cientistas e civis.
Entre os mortos, contam-se vários oficiais superiores, incluindo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh.
Os ataques israelitas, efetuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão (norte) e as centrais de enriquecimento de urânio de Fordow e Natanz (centro), o aeroporto nacional de Mehrabad e várias bases militares.
O Irão retaliou com centenas de mísseis direcionados às cidades de Telavive e Jerusalém, que fizeram pelo menos 13 mortos e 150 feridos.
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