Num comunicado, o porta-voz do ministério, Majid bin Mohamed al Ansari, disse que as conversações estão a progredir “positivamente” entre o Qatar e o Egito, ambos mediadores da trégua, que prevê a libertação de reféns detidos pelo Hamas.
O comunicado, citado pela agência de notícias catari QNA, referiu que o Qatar, o Egito e os Estados Unidos continuam a trabalhar para “garantir o rápido início da trégua” e assegurar que tanto Israel como o Hamas a respeitam.
A posição do Qatar surge horas depois do conselheiro de segurança nacional de Israel garantir, na quarta-feira, que a libertação de reféns detidos na Faixa de Gaza e o início da trégua, previstos para esta manhã, não acontecerão antes de sexta-feira.
Tzachi Hanegbi sublinhou que as negociações ainda decorrem e não deu mais explicações para o atraso na troca de reféns por prisioneiros palestinianos, cuja lista já foi divulgada oficialmente pelas autoridades israelitas.
Um responsável palestiniano admitiu hoje à agência de notícias France-Presse que o início da trégua na Faixa de Gaza foi adiado devido a discussões de “última hora” sobre os “nomes dos reféns israelitas e os termos de sua entrega” a terceiros.
“O Qatar, em coordenação com os egípcios e os norte-americanos, deve anunciar nas próximas horas” o horário de início da trégua, confirmou o responsável, cujo nome não foi revelado pela agência.
O acordo com o Hamas implica, segundo o Governo israelita, a libertação no prazo de quatro dias de pelo menos 50 dos cerca de 240 reféns feitos pelo grupo islamita no dia em que atacou Israel, em 7 de outubro.
Por seu lado, Israel libertará alguns prisioneiros palestinianos, maioritariamente adolescentes.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, adiantou na quarta-feira ter avisado o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que prosseguirá com a guerra depois de o período de “trégua humanitária” expirar.
Um ataque de surpresa e de grande dimensão foi lançado, em 7 de outubro, pelo Hamas contra Israel, provocando, de acordo com as autoridades israelitas, mais de 1.200 mortos e 240 reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impondo um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
A retaliação israelita já matou, segundo o Hamas, mais de 14 mil mortos.
A ONU indicou que mais de dois terços dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza foram deslocados pela guerra, tendo a maior parte fugido para sul.
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