“Nesta fase, o número de novos casos [de infeção pelo vírus SARS-CoV-2)] está a descer. Calculamos um Rt de 0,77, um dos valores mais baixos observados até hoje”, referiu o especialista do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).
Ouvido por videoconferência na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social, Baltazar Nunes adiantou aos deputados que se registou uma redução da incidência de novos casos “muito próxima da introdução do primeiro pacote de medidas” para conter a pandemia, a 15 de janeiro.
“O primeiro pacote de medidas traduziu-se logo numa redução do Rt abaixo de 1. Após a introdução do segundo pacote de medidas, a 22 de janeiro, com o fecho das escolas, observamos uma redução muito mais acentuada da incidência da doença”, avançou o especialista aos deputados.
Para Baltazar Nunes, a região de Lisboa e Vale do Tejo está em “linha com o resto do país”, encontrando-se também numa fase de redução da incidência e apresentando um Rt estimado de 0,8.
Na audição parlamentar, Baltazar Nunes salientou que um Rt acima de 1 constitui um “sinal de alerta” no controlo da pandemia e defendeu a adoção de “estratégias mais locais” a partir do momento em que o número de novos casos de infeção por dia oscile entre os 300 e 400.
“Se a incidência estiver controlada, se o número de novos casos estiver controlado, estará também controlado o impacto nos serviços de saúde”, sublinhou o epidemiologista.
Segundo o epidemiologista, um dos critérios para se iniciar o desconfinamento, do ponto de vista do controlo da epidemia, passa por ter um número de casos suficientemente baixo para que as equipas de saúde pública “sejam capazes de identificar todos os casos, os seus contactos e colocá-los em isolamento para interromper as cadeias de transmissão”.
Para conter a pandemia por este meio, preconizou Baltazar Nunes, será necessário também reforçar ainda mais o número de profissionais de saúde pública.
Comentários