“Não consigo compreender o silêncio da América (…) Nós queremos que tudo seja esclarecido, porque se trata de uma atrocidade, trata-se de um assassínio”, disse Erdogan numa entrevista televisiva, acrescentando: “O assassínio de Khashoggi não é um assassínio comum”.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou em meados de janeiro, num périplo pelo Médio Oriente, ter obtido garantias de Riad relativamente a este caso, embora reafirmando a aliança estratégica com a Arábia Saudita.
Khashoggi, que escrevia para o diário norte-americano The Washington Post e se mostrava crítico em relação ao regime de Riad, foi morto a 02 de outubro dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul.
A Turquia afirma que ele foi assassinado por uma equipa de 15 sauditas, e o seu corpo não foi, até agora, encontrado.
O seu assassínio mergulhou a Arábia Saudita numa grave crise diplomática e manchou a reputação do príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, que é acusado por responsáveis norte-americanos e turcos de ter ordenado a morte do jornalista.
Riad imputou este homicídio a elementos “descontrolados”.
O julgamento de 11 suspeitos começou no início de janeiro na Arábia Saudita e o procurador-geral pediu a pena de morte para cinco deles.
Ancara sublinhou várias vezes a necessidade de uma investigação internacional sobre este caso, lamentando a falta de transparência do inquérito saudita.
A relatora especial da ONU sobre as execuções extrajudiciais, sumárias e arbitrárias deslocou-se há alguns dias a Istambul e deverá divulgar em maio um relatório sobre o assassínio do jornalista saudita.
Agnès Callamard reuniu-se nomeadamente com o procurador da República turco em Istambul, Irfan Fidan, e foi recebida pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Mevlüt Cavusoglu, e da Justiça, Abdulhamit Gül.
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