Em comunicado, a Universidade do Porto referiu que a cerimónia vai decorrer na quarta-feira, na Reitoria, e vai contar com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa homenagem a um autor que conta com mais de 60 títulos publicados.
A proposta de atribuição do doutoramento explica que Mário Cláudio tem “sabido captar com invulgar perspicácia a matriz social e cultura, económica e política da cidade do Porto”, o que fazer dele um dos “escritores que mais tem trabalho ‘a condição de ser português’”, numa “escrita de filigrana, plena de erudição e, simultaneamente, de fala popular”.
“O documento aprovado por unanimidade no Conselho Científico da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) destaca ainda a colaboração cívica que desenvolve, muito frequentemente, a partir da cidade onde nasceu e vive, que faz de Mário Cláudio… um intelectual cujo pensamento independente lhe confere uma voz diferenciada em voz do prol comum”, pode ler-se na nota.
Mário Cláudio é o pseudónimo literário de Rui Barbot Costa, nascido em 1941, tendo lançado a sua primeira obra, “Ciclo de Cypris”, em 1969. Em 1985 começou a atividade de docente na Escola Superior de Jornalismo do Porto, tendo sido professor na Universidade Católica do Porto e ainda formador de Escrita Criativa na Fundação Serralves e no Instituto Politécnico do Porto.
A sua obra, que se estende pelo conto, novela, crónica, teatro, escrita infantojuvenil, ensaio e romance, foi distinguida por várias vezes, incluindo o Grande Prémio de Romance e Novela por “Amadeo” e “Retrato de Rapaz”, em 1984 e 2014, respetivamente, o Prémio PEN-Clube Português de Novelística, por “O Pórtico da Glória” e “Camilo Broca”, em 1998 e 2007, assim como o prémio Autores SPA/RTP 2012 pelo Melhor Livro de Ficção Narrativa, com “Tiago Veiga: Uma Biografia”, e o prémio D. Diniz, em 2017, por “Astronomia”.
Em 2004, foi distinguido com o Prémio Pessoa pela sua obra, e recebeu ainda as comendas da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, em 2000, de ‘Chevalier des Arts et des Lettres’ (2006), atribuída pelo Ministério da Cultura de França, e da Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, este ano.
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