No debate, Aeroporto de Lisboa — Para lá da localização, vários especialistas disseram acreditar que, depois da apresentação do relatório da Comissão Técnica Independente (CTI), há condições para o projeto avançar, mas com cautelas.

Fernando Nunes da Silva, professor catedrático do IST, aposentado, disse que partilha da opinião de que “é inadiável”, ainda que tenha “algumas dúvidas sobre a necessidade de um mega novo aeroporto em Lisboa”.

Por sua vez, João Moutinho, comandante e presidente da Associação de Pilotos acredita que vai acontecer porque “há uma consciencialização da necessidade de [o] ter”, destacando que é “criminoso o facto de ser ter protelado esta decisão durante tanto tempo” e dando conta da “perda de oportunidade extraordinária” com os sucessivos atrasos.

Francisco Pinto Basto, arquiteto da LOA_D Architecture & Design, disse que a implementação “tem de acontecer”, e é “obrigatório” visto que há “um aeroporto que já está pelas costuras”, destacando que “a experiência do passageiro vai ser sempre pior do que hoje”.

Cláudia Guedes jurista e mestre em Direito de Planeamento, Ordenamento do Território e de Urbanismo alertou para a “fase verdadeiramente incipiente” que se verifica, apesar da divulgação do relatório, indicando que “a jusante” está tudo por falar.

Para a jurista é preciso uma simplificação de procedimentos e planeamento, referindo que “tudo isto é abstrato” e que, sem esta simplificação procedimental, levará anos a concretizar o que é necessário só no âmbito do ordenamento do território.

A CTI identificou Alcochete como a solução com mais vantagem para o novo aeroporto, entre as duas opções viáveis, segundo o relatório divulgado esta terça-feira.

A opção que envolve o Campo de Tiro de Alcochete é identificada como a que apresenta mais vantagens, entre as duas soluções viáveis para um ‘hub’ (aeroporto que funciona como plataforma de distribuição de voos) intercontinental, segundo o relatório da CTI.

De acordo com o relatório preliminar da CTI, responsável pela avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, que estudou nove opções, são viáveis as soluções Humberto Delgado + Campo de Tiro de Alcochete, até ficar unicamente Alcochete com mínimo de duas pistas, bem como Humberto Delgado + Vendas Novas, até ficar unicamente Vendas Novas, também com um mínimo de duas pistas.

A comissão disse ainda que a análise aponta serem necessários sete anos até existir uma primeira pista na solução que venha a ser escolhida.