Os contratos foram assinados nas instalações da agência Lusa, em Lisboa, entre a sub-diretora da Direção-geral de Tesouro e Finanças, Lurdes Castro, em representação do Estado, Marco Galinha, das Páginas Civilizadas e Vitor Coutinho, Diogo Queirós de Andrade e Mafalda Campos Forte, pelo grupo Global Media.
Com esta decisão, o Estado fica detentor de 95,86% do capital da agência noticiosa portuguesa, que tem as participações minoritárias da NP - Notícias de Portugal (2,72%), Público (1,38%), RTP (0,03%) e O Primeiro de Janeiro, SA e Empresa do Diário do Minho, Lda, cada um 0,01%. A Global Media detinha uma participação de 23,36% da Lusa e a sua acionista Páginas Civilizadas 22,35%.
O anterior Governo, chefiado por António Costa (PS), pretendia avançar com a compra das participações da Global Media e Páginas Civilizadas, mas, em 30 de novembro de 2023, o negócio falhou por “falta de consenso político alargado”, tendo agora sido retomado pelo executivo PSD/CDS, de Luís Montenegro, que tomou posse em abril.
Os planos do anterior executivo passavam pela gratuitidade do serviço da Lusa, desconhecendo-se, por enquanto, quais os planos do Governo da AD.
Em 18 de junho, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, que tem a tutela da comunicação social (RTP, Lusa e RDP), considerou, numa reunião com o Sindicato dos Jornalistas, a compra das ações da Lusa detidas pela Global Media Group (GMG) “uma prioridade absoluta”, embora alertando que o Estado não poderia "pagar mais do que o preço justo”.
Uma decisão, segundo o ministro, sinaliza, também, “o compromisso do Governo com o serviço público de jornalismo, prestado pela RTP/Antena 1 e pela única agência portuguesa de notícias”.
A compra das ações pelo Estado seguiu-se à venda de parte dos títulos detidos pelo grupo Global Media (JN, O Jogo e TSF) a uma nova empresa, a Notícias Ilimitadas, detida a 61% por quatro investidores ilíria, Parsoc, Mesosystem e o jornalista Domingos Andrade.
Após esta operação, o grupo de Marco Galinha, que ficará, entre outros, com os títulos Diário de Notícias e Açoriano Oriental, comprou a posição World Opportunity Fund, que assim deixa o Global Media.
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