Elogiando o tom do discurso de Ursula von der Leyen, no sentido de colocar já em marcha uma agenda ambiciosa e justa para a Europa “não parar” apesar da pandemia da covid-19, David Sassoli, numa reação à intervenção da presidente do executivo comunitário, realçou a ideia da criação de um quadro que garanta que haja um salário mínimo em todos os Estados-membros da UE.
“É uma proposta muito importante a que foi feita de um salário mínimo, a ser introduzido através de negociação ou por lei, o que garantirá melhores padrões de vida e empregos mais fortes e mais robustos”, declarou o presidente do Parlamento.
Segundo o dirigente italiano, que pertence à família socialista europeia, é altura de pôr fim ao trabalho precário, “especialmente para os jovens”, que necessitam de “melhores condições de trabalho”.
No seu primeiro discurso do Estado da União, Von der Leyen indicou que “a Comissão vai apresentar uma proposta legal para apoiar os Estados-membros a estabelecer um quadro para salários mínimos”.
“Todos devem ter acesso a salários mínimos, quer através de acordos coletivos, quer através de rendimentos mínimos estabelecidos” por lei, defendeu a antiga ministra do Trabalho alemã.
A secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, apontou a ideia de um salário mínimo na UE como uma das questões fundamentais da agenda social que Portugal definiu como prioritária para o exercício da sua presidência do Conselho Europeu, entre janeiro e junho de 2021, e em torno da qual espera alcançar um consenso, que admitiu não ser “fácil”.
“A ideia de haver um salário mínimo efetivo justo para cada país, dependendo obviamente das circunstâncias económicas e financeiras de cada um e do seu sistema laboral, seria muito, muito importante”, disse a secretária de Estado portuguesa.
“Temos de ver, não é fácil, mas esperamos conseguir um consenso em torno destas ideias que serão fundamentais para o futuro”, afirmou a secretária de Estado, que falava à imprensa à margem de um debate sobre o Estado da União, organizado pelo Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal e pela agência Lusa em Lisboa.
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