“Ao mesmo tempo que damos uma oportunidade à diplomacia, vamos também continuar a considerar todas as medidas futuras que deem prioridade aos nossos objetivos diplomáticos e de segurança”, afirmou Lloyd Austin numa conferência de imprensa em Nairobi, capital do Quénia, onde chegou hoje de manhã.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou domingo o regresso a Paris do embaixador do seu país em Niamey e a retirada do Níger dos 1.500 militares franceses estacionados no país até ao final do ano.
“Estamos a pôr fim à nossa cooperação militar com as autoridades ‘de facto’ do Níger, porque elas já não querem lutar contra o terrorismo”, afirmou o Presidente francês.
Os Estados Unidos têm cerca de 1.100 soldados estacionados no Níger, empenhados na luta contra os grupos extremistas islâmicos ativos na região.
“Não alterámos significativamente o posicionamento das nossas forças e (…) queremos realmente uma solução diplomática, um resultado pacífico”, afirmou Austin, que se recusou a comentar a decisão de Paris.
O Pentágono anunciou, no passado dia 07, que está a reposicionar as suas tropas “por precaução”, tendo transferido alguns soldados de uma base em Niamey para uma base aérea mais a norte.
Em 14 de setembro, os Estados Unidos anunciaram que retomavam os voos de vigilância sobre o Níger, interrompidos após o golpe militar do final de julho e uma porta-voz do Pentágono declarou que o resto das operações militares norte-americanas no país permaneciam congeladas.
A retirada das tropas francesas do Níger, que era um dos últimos aliados de Paris no Sahel antes do golpe de Estado de 26 de julho e do derrube do Presidente eleito Mohamed Bazoum, segue-se à saída dos militares franceses do Mali e do Burkina Faso, onde a França já foi afastada por juntas hostis, restando agora o Chade como o aliado mais relevante na região.
O regime militar que chegou ao poder no Níger saudou, domingo, o anúncio do regresso a Paris do embaixador Sylvain Itté, assim como a retirada das tropas francesas do país, considerando-os “um novo passo rumo à soberania”.
A junta militar do Níger interditou também o acesso ao espaço aéreo do país de aviões franceses ou fretados pela França, segundo informação divulgada, sábado, na página oficial da Agência para a Segurança da Navegação Aérea em África e Madagáscar (Asecna).
O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, iniciou no domingo, no Djibuti, a sua primeira viagem a África, que inclui Angola, para ”reafirmar um compromisso duradouro com a região”.
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