Em comunicado enviado à agência Lusa, a Câmara de Estarreja refere que, na manhã de sexta-feira, "segundo nota do município de Oliveira de Azeméis", uma unidade fabril daquele concelho alertou as autoridades para o derramamento de leite no Rio Ul.
"Sendo o Rio Ul um afluente do Rio Antuã, infelizmente, não tardou a expandir esta contaminação às águas que atravessam a cidade de Estarreja", lê-se no comunicado.
O município de Estarreja denuncia que, ao final da tarde de hoje, "foi possível verificar o impacte ambiental" da descarga, que afetou "gravemente a fauna" do rio, com centenas de peixes mortos "num cenário desolador".
Segundo o comunicado, de imediato foi efetuada a colheita de amostra da água contaminada pelas Águas do Vouga, concessionária do sistema regional do Carvoeiro (Associação de Municípios do Carvoeiro-Vouga), para que seja feita a análise da substância que estará na origem da contaminação das águas do Rio Antuã.
A Câmara de Estarreja adianta que a situação foi comunicada ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR e à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), dada a "gravidade da situação".
"Há já alguns meses, a Câmara Municipal comunicou ao Ministério do Ambiente a sua preocupação com a qualidade da água que chega ao Rio Antuã, estando o problema a montante do concelho de Estarreja", refere a nota.
Considerando o episódio "inadmissível em pleno século XXI", o município de Estarreja salienta que está a acompanhar o evoluir da situação, com especialistas no terreno, aguardando os resultados da análise, para perceber "as reais consequências da descarga, e pedir responsabilidades, a quem de direito, pela grave mortandade na fauna do Rio Antuã, que poderá demorar anos a voltar a ser o que era".
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