As estátuas das rainhas Isabel II e Vitória, localizadas no edifício legislativo da cidade de Winnipeg, em Manitoba, foram vandalizadas e derrubadas esta quinta-feira como protesto em relação às recentes descobertas de 1.150 túmulos não identificados em antigas escolas de indígenas administradas pela Igreja Católica e contra o tratamento da população indígena no país.

O protesto ocorreu no feriado nacional Dia do Canadá, que celebra o ato constitucional e a sua independência, a 1 de julho.

Os manifestantes, que usavam roupa cor de laranja para simbolizar as crianças indígenas, cobriram as estátuas com uma tinta vermelha e laranja e derrubaram as figuras com cordas.

As queixas da comunidade indígena vêm desde a década de 90, quando milhares de jovens indígenas foram obrigados a matricularem-se em escolas administradas pela Igreja Católica. As escavações mais recentes, junto a uma antiga escola em British Columbia, no Canadá, puseram a descoberto 182 túmulos não identificados, sendo a terceira descoberta deste género no espaço de um mês.

Na quinta-feira, em comunicado, a comunidade indígena Lower Kootenay anunciou a descoberta destes 182 túmulos perto do antigo colégio St. Eugene, em British Columbia, a província mais ocidental do Canadá. As recentes descobertas já tinham levado a apelos de grupos indígenas para não celebrarem o Dia do Canadá.

"Não celebraremos terras indígenas roubadas e vidas indígenas roubadas. Em vez disso, vamos reunir-nos para honrar todas as vidas perdidas para o estado canadiano", disse um grupo, apelando a comícios nacionais para apoiar as comunidades indígenas.

O primeiro-ministro Justin Trudeau reconheceu o “tom” sombrio do feriado este ano, um evento tipicamente marcado com fogos de artifício, piqueniques e festas no centro da cidade.

"As horríveis descobertas dos restos mortais de centenas de crianças nos locais das antigas escolas residenciais na Colúmbia Britânica e em Saskatchewan pressionaram-nos, com razão, a refletir sobre os fracassos históricos do nosso país, e as injustiças que ainda existem para os povos indígenas e muitos outros no Canadá", declarou o primeiro-ministro. "Nós, como canadianos, temos de ser honestos connosco próprios acerca do nosso passado".

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