O estudante Jack Lorenz Acebedo Rivero frisou que as calúnias causam “dor imensa”, num encontro online com outros estudantes universitários católicos e o Papa, conta a BBC.
"Fui excluído e intimidado devido à minha bissexualidade, à minha homossexualidade, à minha identidade e por ser filho de um pai solteiro”, explicou o estudante da Universidade Ateneo de Manila.
Depois, deixou um pedido ao pontífice: “Pare de usar linguagem ofensiva contra a comunidade LGBTQIA+”.
O fórum foi transmitido ao vivo nas redes sociais na quinta-feira e teve como tema “Construir Pontes”, numa região de diversas religiões e etnias, e reuniu estudantes universitários católicos de diferentes países.
Rivera, que usava uma faixa com as cores do arco-íris sobre as suas vestes tradicionais filipinas, também pediu ao Papa que “permitisse o divórcio nas Filipinas”, único país no mundo além do Vaticano onde é ilegal.
Na resposta, o Papa Francisco não abordou especificamente as preocupações de Rivera, mas disse por meio de um tradutor que aconselhava a diferenciar o amor verdadeiro do amor falso. “Escolha sempre o amor verdadeiro”, frisou.
De recordar que, no final de maio, durante uma assembleia da Conferência Episcopal Italiana (CEI) à porta fechada, o pontífice terá incentivado os bispos a não acolherem pessoas abertamente homossexuais nos seminários religiosos, afirmando que já havia "demasiadas bichas", segundo a tradução menos ofensiva.
Quando um dos bispos perguntou a Francisco o que deveria fazer, o Papa terá reiterado a sua objeção à admissão de homossexuais, afirmando que, embora fosse importante abraçar toda a gente, era provável que um homossexual pudesse correr o risco de levar uma vida dupla.
O Papa, de 87 anos, terá depois acrescentado que já havia demasiada “frociaggine” — uma palavra italiana vulgar do dialeto de Roma que se traduz aproximadamente por "bicha", "maricas" ou "paneleiragem" — em alguns seminários.
Já em junho, Francisco voltou a falar sobre o tema da homossexualidade entre os presbíteros. Num encontro à porta fechada com sacerdotes romanos, o Papa Francisco "falou do perigo das ideologias na Igreja e voltou ao tema da admissão de pessoas com tendências homossexuais nos seminários, reiterando a necessidade de as acolher e acompanhar na Igreja e a indicação prudencial do Dicastério para o Clero relativamente à sua admissão nos seminários".
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