A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) anunciou hoje que está a realizar um estudo de âmbito nacional que visa auscultar a população portuguesa sobre a potencial aceitação e adesão à nova vacina contra a Covid-19.
Segundo a investigadora Rute Sampaio, “a opinião pública e a confiança nesta terapêutica são determinantes para se alcançar uma imunização das comunidades, objetivo fundamental para a erradicação da pandemia”.
Por esse motivo, os investigadores da FMUP e do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde acreditam ser “imperativo a existência de uma estratégia de informação” que potencie uma maior confiança.
Caso contrário, “a disponibilização de uma vacina eficaz, por si só, pode não ser suficiente”, alertam os investigadores.
Combater a desinformação e a desconfiança associada ao desenvolvimento da vacina tornam-se, de acordo com Rute Sampaio, “os grandes desafios que se impõem no momento”.
O fenómeno denominado como “hesitação à vacinação” foi inclusive identificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das dez maiores ameaças à saúde global pré-pandemia.
“Todo o contexto de investigação impôs um ritmo muito acelerado e gerou uma certa ansiedade e até desconfiança que pode comprometer a aceitação da vacina. As autoridades devem estar preparadas para lidar com esta hesitação e, portanto, é fundamental disseminar a informação”, sustentou a investigadora.
Em declarações à Lusa, Rute Sampaio considerou que “muitas dúvidas ainda permanecem e uma grande faixa da população ainda não tem acesso a essa informação que sabemos que é determinante”.
“Com o estudo pretendemos avaliar não só a potencial aceitação da vacina como a própria adesão terapêutica à vacina”, frisou.
O projeto da FMUP envolve a realização de um inquérito online aberto a toda a população com mais de 18 anos.
Até ao final de janeiro, os participantes são convidados a responder, de forma anónima, a um conjunto de perguntas relacionadas com o impacto da pandemia nas suas vidas e sobre a perceção da eficácia e do grau de informação sobre o tema.
Os resultados do estudo serão partilhados com a Direção-Geral da Saúde (DGS) e podem tornar-se um contributo para intervenções que ajudem a população a equilibrar os riscos e benefícios associados à nova vacina.
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