"Estamos a tentar descobrir se há coisas (dentro da Organização Mundial da Saúde, OMS) que ainda fazem sentido. A organização fez um bom trabalho em relação à poliomielite em alguns lugares e outras coisas semelhantes", afirmou Mike Pompeo ao radialista conservador Chris Stigall.
Numa outra entrevista, Pompeo disse que os EUA tinham de "verificar” se há coisas em que devem continuar a participar, “porque (a OMS) está a fazer um bom trabalho em relação à poliomielite ou outras coisas".
Os Estados Unidos são o maior doador da OMS, com uma contribuição anual de mais de 400 milhões de dólares (370 milhões de euros), o que ajuda a combater várias doenças, como a poliomielite e a malária.
Em 14 de abril, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que os Estados Unidos estavam a suspender a sua contribuição para o orçamento da Organização Mundial da Saúde, acusando-a de ter agido tarde demais e de ter apoiado cegamente a China, que havia minimizado a amplitude da doença.
As campanhas da OMS para combater várias doenças já haviam sido interrompidas devido à epidemia do novo coronavírus, mas o anúncio de Trump aumentou a preocupação dos especialistas.
Michel Zaffran, que lidera o programa da OMS contra a poliomielite, disse à agência de notícias AFP em abril que as infeções poderiam aumentar após a interrupção das campanhas de vacinação devido à pandemia de covid-19, especialmente no Afeganistão e no Paquistão, onde a doença permanece endémica.
As declarações de Pompeo surgem quando um comité parlamentar pediu recentemente ao Departamento de Estado norte-americano que justificasse a decisão de Trump de congelar o financiamento à OMS no meio de uma grave pandemia.
Segundo esta comissão, controlada por parlamentares democratas, o Presidente republicano está a tentar desviar a atenção dos seus próprios fracassos na gestão da crise sanitária nos EUA, que já matou mais de 74.000 pessoas e infetou mais de 1,2 milhões.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 267 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Cerca de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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