Mais de um ano após o início do caso, a representante socialista “foi entrevistada pela primeira vez por investigadores, algo que vinha a pedir insistentemente há meses”, declarou à AFP a sua advogada, Michèle Hirsch, confirmando informações avançadas por meios de comunicação belgas.
Marie Arena está protegida por imunidade parlamentar, não podendo ser alvo de um mandado de detenção nesta fase da investigação.
“Ela respondeu longamente a todas as perguntas feitas, explicou o seu trabalho no Parlamento Europeu, os seus compromissos e conquistas em matéria de direitos humanos”, apontou a advogada, acrescentando que “a audição continuará em breve”.
Uma das seis buscas realizadas em meados de julho de 2023, na casa da eurodeputada belga e pessoas próximas, levou à descoberta de 280.000 euros em dinheiro, na casa do filho, situada ao lado da sua, segundo fonte próxima do caso.
“Não tem nada a ver com o Qatargate, posso dizer-vos isso com as duas mãos no fogo”, disse na ocasião Marie Arena, em entrevista aos jornais diários belgas Le Soir e La Libre Belgique. “Não tenho nada a ver com este caso”, assegurou a eurodeputada belga francófona de 57 anos.
O chamado caso Qatargate eclodiu em 09 de dezembro de 2022, quando dezasseis buscas em Bruxelas levaram à apreensão de enormes quantias de dinheiro, encontradas nas casas da ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, a eurodeputada grega Eva Kaili, e do antigo eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri.
Ambos estão entre os acusados no caso em que a justiça belga está a investigar possíveis atos de corrupção.
As autoridades suspeitam de pagamentos em dinheiro feitos em troca de decisões ou posições políticas favoráveis ao Qatar e a Marrocos no Parlamento Europeu, o que Doha e Rabat negaram veementemente.
O nome de Marie Arena foi rapidamente citado na investigação, por ser próxima de Panzeri, um antigo eurodeputado (2004-2019) que se tornou líder de uma organização não-governamental (ONG) em Bruxelas.
Quando o caso foi tornado público, Marie Arena deixou a presidência da subcomissão dos Direitos Humanos do Parlamento Europeu, onde Panzeri tinha exercido funções anteriormente, explicando que não queria prejudicar o trabalho daquele órgão.
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