Em declarações aos jornalistas portugueses em Bruxelas, na apresentação da sua candidatura às eleições europeias de maio, Gonçalo da Câmara Pereira confirmou que o partido que preside iniciou conversações para a criação de “um bloco de direita forte em Portugal” com vários interlocutores, nomeadamente com o ex-vereador da Câmara de Loures André Ventura.
Câmara Pereira revelou ainda que o PPM tem já um princípio de entendimento com o Partido Cidadania e Democracia Cristã, conhecido anteriormente como Partido Pró-Vida, que por sua vez já selou um acordo para as europeias com o movimento Chega, que em 23 de janeiro iniciou o processo de formalização enquanto partido ao entregar mais de 7.500 assinaturas no Tribunal Constitucional.
“Estamos em conversações com todos os partidos dentro da nossa área, que queiram fazer um verdadeiro bloco de direita. Neste momento, precisamos de tirar a carga marxista da nossa sociedade. A sociedade portuguesa está muito acantonada na extrema-esquerda. Temos de formar uma direita para haver escolhas. Nós, como um partido monárquico, temos de abranger todos”, pontuou.
Salientando que, neste momento, “a esquerda acantonada está muito radicalizada” e “a direita está muito marxizada”, Gonçalo da Câmara Pereira deixou críticas a um parceiro habitual do PPM, o CDS-PP.
“Em questões europeias, estão integrados no Partido Popular Europeu (PPE). Ora o PPE é um partido federalista, que quer uma federação de Estados centralizada em Berlim ou Paris. Ora, nós somos contra. O CDS-PP defende a Europa das Nações em Lisboa e aqui está integrado num partido que é federalista. Isso é uma incongruência total”, defendeu.
O candidato do PPM às eleições europeias acusou os restantes candidatos de estarem “a tentar transformar estas eleições europeias nas primárias das legislativas”, e justificou a opção de apresentar a sua candidatura em Bruxelas, juntamente com as da sua família política, o Movimento Político Cristão da Europa (ECPM), para ‘separar as águas’.
“Os nossos deputados vêm para a Europa defender Portugal e é na Europa que apresentamos os nossos candidatos, porque caso contrário é uma mistura. As primárias das legislativas vão abafar este entendimento, este encontro que temos que fazer com a Europa.Nós somos candidatos ao PE e não à assembleia legislativa de Lisboa”, sustentou.
Gonçalo da Câmara Pereira mostrou-se esperançado de que, desta vez, “os portugueses vão dar um voto de confiança a partidos que tenham outro objetivo na Europa”, nas eleições que decorrem entre 23 e 26 de maio.
“O problema é conseguirmos passar a mensagem de que nós somos Portugal, não podemos estar sujeitos aos impérios centrais, porque podemos ver que o caminho do federalismo está muito forte, e que Portugal se vai diluir na Europa. Estamos a caminho de uma III Guerra Mundial, não tenhamos dúvidas. Cada vez que há um reforço do centralismo europeu, do eixo-franco alemão, há uma guerra mundial”, frisou.
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