O PCTP/MRPP obteve, nas eleições de domingo para o Parlamento Europeu, 0,82%, ou seja, 27.212 votos, metade dos alcançados nas eleições europeias de 2014.
Em comunicado, o partido justifica os resultados, por um lado, com “as condições internas adversas”, na sequência da morte do seu fundador e dirigente político, Arnaldo Matos.
“Os resultados eleitorais refletiram ainda o facto de ter sido o único partido que ousou defender a saída de Portugal da União Europeia e do Euro, tendo, por isso, de enfrentar o cerco e isolamento por parte de todos os restantes partidos e da comunicação social, esta empenhada em descaradamente promover partidos como o Aliança, o Livre e o PDR e silenciar os comunistas do PCTP/MRPP”, aponta ainda.
O primeiro ponto do comunicado é para o aumento da “já elevadíssima abstenção”, considerando o PCTP/MRPP que este fator “é da exclusiva e inteira responsabilidade dos partidos do poder, do Governo, do primeiro-ministro e do Presidente da República e uma humilhante derrota particularmente para António Costa e o seu comparsa Marcelo Rebelo de Sousa”.
“A abstenção deve-se ainda a fatores internos, que se prendem com uma campanha eleitoral que foi conduzida pelo conjunto das [outras] 16 forças políticas que, com variações meramente formais, agiram como um bloco único – no que foram tutelados por Marcelo Rebelo de Sousa – para salvar o ‘projeto europeu’, dito de ‘coesão e justiça social’, ou de ‘convergência’, apesar de todos saberem que tal projeto se encontra à beira da falência”, critica.
O partido – que apresentou como cabeça de lista a estas eleições Luís Júdice - é muito crítico em relação a PS, BE e PCP.
“Quanto ao PCP, o preço da traição de ter abandonado a defesa da saída de Portugal da União Europeia foi bem pesado, tendo o partido social-fascista do coitado do Jerónimo averbado mais uma demolidora derrota depois das autárquicas – perdeu agora cerca de 200 mil votos”, atira.
Já o BE, “mesmo depois de expressa e definitivamente assumido como um partido da ordem europeia, e escondendo-se no vácuo misericordioso do estar lado a lado pelo que é de todos”, o PCTP/MRPP acusa de estar “cada vez mais social-democrata” e ter ficado “aquém do resultado que já havia obtido em 2009”, tanto em votos como em número de deputados.
“Quanto ao clamor vitorioso propalado pelos dirigentes do PS, é preciso destacar que, apesar das provocatórias manobras chantagistas da ameaça de demissão a que cederam PCP e Bloco e a demagogia e os cantos de sereia que permanentemente destilou sobre os trabalhadores, António Costa pouco mais conseguiu elevar do que menos de 2% a votação obtida por José Seguro em 2014”, refere.
O partido afirma que “foi o único que se apresentou a este ato eleitoral com o objetivo de divulgar o seu programa político, defendendo a saída do euro e da União Europeia”.
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