Durante uma intervenção no Parlamento Europeu, Cengiz, que é turca, considerou insuficientes as sanções impostas ao reino saudita pela morte do seu namorado.
Mas mesmo considerando que as sanções “possam ter efeito”, os Estados europeus devem dialogar com os países árabes, que estão absorvidos “em muitas guerras que começaram na Primavera árabe”.
O jornalista Jamal Khashoggi, que era crítico dos dirigentes do seu país, foi assassinado em 02 de outubro, no consulado saudita em Istambul, onde se tinha deslocado para tratar de documentação para o seu casamento com Hatice Cengiz.
“Do que é que os senhores estão à espera? Que se declare a guerra em todos os países árabes, em todos os países do Golfo? A guerra agora chegou a outros níveis, mata-se em outros níveis (…). Os países da União Europeia têm de prestar atenção a todas estas questões, falar entre si, formar uma frente comum e comunicar com o resto do mundo”, disse Cengiz.
Aconselhou também a UE a, “se pretende erigir-se como modelo dos valores humanos para o resto do mundo”, atuar em consequência e situar a defesa destes valores no topo da sua lista de prioridades.
Cengiz criticou o facto de a Arábia Saudita “se permitir fazer algo assim à vista de todo o mundo”, garantindo que este país “nunca contribuiu para que a investigação jurídica à morte de Khashoggi pudesse discorrer de maneira adequada”.
Em resposta às pretensões de Cengiz, o presidente da subcomissão de Direitos Humanos do Parlamento Europeu, Pier Antonio Panzeri, reiterou o seu compromisso com a proteção dos direitos humanos na península arábica e “procurar a verdade” sobre o assassinato de Khashoggi, que classificou como um “drama terrível”.
Dirigindo-se diretamente a Cengiz, Panzeri disse que “o Parlamento Europeu e a sua subcomissão de Direitos Humanos não estão satisfeitos com o que se fez até agora” e que não vai permitir que a Arábia Saudita “saia impune de um assassínio”.
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