A informação foi avançada pela televisão britânica Sky News, que cita uma mensagem do ex-presidente georgiano transmitida pelo advogado.

Mikhail Saakashvili, que governou a ex-república soviética do Cáucaso de 2004 a 2013, cumpre uma pena de seis anos por corrupção e abuso de poder, e enfrenta outros processos criminais por várias acusações, incluindo a entrada ilegal no país.

Líder carismático e pró-Ocidente, Saakashvili disse à Sky News que tem 64 quilos, metade do peso que tinha, está acamado, tem “os ossos a desintegrarem-se e dores insuportáveis”.

Na mensagem transmitida à Sky News, Mikhail Saakashvili aproveitou para comentar os protestos recentes na Geórgia, dizendo que os georgianos têm de estar preparados para se “mobilizarem rapidamente, porque o regime dos oligarcas é vingativo”.

A Geórgia tem sido abalada por protestos contra um projeto de lei que os críticos dizem ser baseado numa lei russa de 2012 que o Kremlin utiliza para reprimir os seus críticos.

Saakashvili estava no poder durante a guerra que eclodiu no verão de 2008, quando tropas russas invadiram parte da Geórgia, e que terminou com uma rápida derrota georgiana.

Depois de dois mandatos, Saakashvili teve de deixar o país quando os seus adversários pró-Rússia chegaram ao poder, em 2013.

Privado da cidadania georgiana, prosseguiu a carreira política na Ucrânia, país que lhe atribuiu a nacionalidade, onde foi governador da região de Odessa em 2015 e 2016.

Após oito anos de exílio, foi detido no regresso à Geórgia em outubro de 2021, para cumprir a pena de seis anos de prisão a que tinha sido condenado à revelia em 2018.

Saakashvili considera tratar-se de um processo político.

Um tribunal de Tbilissi recusou-se, no início de fevereiro, a libertá-lo sob fiança, apesar do agravamento do seu estado de saúde.

Um dos médicos que o examinou a pedido dos advogados, o toxicologista David Smith, denunciou que o ex-presidente tinha sido envenenado com metais pesados na prisão, uma acusação que as autoridades georgianas refutaram.

As organizações não-governamentais Human Rights Watch e Amnistia Internacional, assim como o Parlamento Europeu, já pediram a libertação de Saakashvili.